São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Para polícia, armas e drogas estão nos morros

RICARDO FELTRIN
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Para a Polícia Federal e a DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes) do Rio, a maior parte dos armamentos pesados e das drogas de traficantes ainda está escondida nos morros cariocas –inclusive naqueles já ocupados (e desocupados) pelo Exército.
As informações foram obtidas pela Folha junto a funcionários da PF e confirmadas esta semana pelo diretor da DRE da Polícia Civil, Maurílio Moreira da Silva, 61.
A PF e a Polícia Civil também não têm dúvidas de que grandes cargas de drogas e armas foram retiradas das favelas durante o período de negociações para assinatura do acordo entre os governos estadual e federal, que possibilitou a ação militar no Rio.
Para o diretor da DRE, esses carregamentos devem ter sido levados para morros ainda não ocupados pelos militares.
"As armas são um tipo de bem durável que os traficantes precisam ter sempre à mão. Eles não as levariam para muito longe. Devem estar muito bem escondidas", disse Moreira da Silva.
"O trabalho do Exército está muito bom, mas em questão de morros, nós (policiais civis) somos imbatíveis. Afinal, aquele é o nosso habitat", declarou o diretor da DRE.
Apreensões
Até ontem, soldados do Exército e fuzileiros navais haviam apreendido os seguintes armamentos nas favelas do Borel, Dendê e Mangueira: Quatro granadas, três espingardas, quatro fuzis, uma submetralhadora, duas carabinas, 14 revólveres e quatro pistolas.
Também foram apreendidos pelos militares um quilo de cocaína e 276 papelotes da droga, um quilo de maconha e 393 "trouxinhas". Não foi especificada a quantidade de cocaína e maconha contida nos papelotes e "trouxinhas".

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