São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Ibama quer isolar área habitada por golfinho

DA FOLHA VALE

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) tenta impedir que os banhistas se aproximem do golfinho que tem aparecido nas praias de Caraguatatuba (190 km a leste de São Paulo).
Segundo o Ibama, o assédio dos banhistas tem colocado em risco a vida do animal.
O diretor do Ibama em Caraguatatuba, José Luiz Roma, disse que a partir de segunda-feira vai demarcar com bóias a área habitada pelo golfinho nas praias Martin de Sá e Prainha.
Os banhistas não poderão ultrapassar as bóias. Roma também pediu à PM e aos bombeiros ajuda para proteção do golfinho.
Roma está convocando estudantes nas escolas para trabalhar como voluntários nas praias. Os estudantes vão orientar os banhistas a respeitar o golfinho.
Segundo Roma, as medidas pretendem preservar o animal e impedir acidentes com os banhistas.
Nos últimos 15 dias, cinco banhistas foram parar na Santa Casa feridos pelo golfinho. Segundo Adelaide Huber, que mora na Martin de Sá, o assédio dos banhistas tem irritado o golfinho.
Outra moradora, Adriana Sayuri, 12, disse que um dos banhistas prometeu matar o golfinho.
O biólogo Cláudio Thiago, do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da USP, pediu que os banhistas respeitem o golfinho.
Thiago sugeriu que a prefeitura e o comércio façam uma campanha para preservar o golfinho, que tem sido a maior atração turística da cidade.
O golfinho, que não foi criado em cativeiro, mede 2,60 m e pesa 200 kg. Ele tem aparecido nas praias de Caraguá desde agosto.
Esse é um dos poucos casos em que um golfinho convive com banhistas por tanto tempo em uma praia do litoral brasileiro, segundo os especialistas.

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