São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Mercado aguarda novo compulsório

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado financeiro ficou ontem na expectativa da reedição da circular 2.511 (cancelada na sexta-feira anterior) e que deve estabelecer novo compulsório sobre as operações financeiras (entre elas, as "export notes", ou seja, notas de exportação).
A expectativa é de que a circular vá retirar mais dinheiro do mercado financeiro e promover novas remessas de dólares para o exterior. Os bancos procuraram manter um estoque de dólares nos últimos dias, preparando-se para a adoção da medida.
Uma das versões no mercado era ontem de que o compulsório atingiria também as operações de "box" (financiamento tendo como lastro ações). A idéia é que com o compulsório haveria reversão de posições e remessa de dólares para o exterior, livrando o dinheiro do compulsório e dos tributos presentes nas aplicações no mercado interno.
A indefinição sobre o novo compulsório está ajudando os investidores com posições "vendidas" (apostam na baixa) no mercado futuro de índice, que vence no próximo dia 14.
Ontem, o dólar comercial foi subindo até testar o valor de R$ 0,860, quando se espera que o Banco Central promova leilão de dólar. Antes de atingir esse valor, alguns bancos estocados em dólar passaram a vender a R$ 0,859. O Banco Central não precisou atuar e as cotações do dólar acabaram caindo no fechamento para R$ 0,857.
A expectativa da ampliação do recolhimento compulsório sobre outros ativos provocou também queda nas Bolsas de Valores. O índice Bovespa recuou 2,72%. O volume de negócios na Bolsa paulista foi de R$ 170,8 milhões. Foi o menor desde o dia 28 de novembro (R$ 136,1 milhões).
No mercado de renda fixa, os juros foram previamente sinalizados pelo Banco Central até a próxima segunda-feira a 5,45% ao mês. A possibilidade de ampliação na abrangência do compulsório provocou também novo rumor ontem de bancos em dificuldades.

Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,134% no dia 30. As taxas do over variaram entre 5,45% e 5,46% ao mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas variaram entre 5,48% e 5,49% ao mês.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,6741%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 34% e 56,7% ao ano para 31 dias. CDBs pós-fixados de 151 dias: 17,5% ao ano mais Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa foi de 6,83% ao mês. Para 31 dias (capital de giro): média de 75,66% ao ano.
No exterior
Prime rate: 8,5% ao ano. Libor: 6,69% ao ano.

Bolsas
São Paulo: baixa de 0,07%, fechando com 45.254 pontos e volume financeiro de R$ 170,85 milhões, contra R$ 319,66 milhões no dia anterior. Rio: queda de 2,9% (I-Senn), fechando com 19.783 pontos e volume financeiro de R$ 31,08 milhões, contra R$ 164,42 milhões no dia anterior.
Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.323,80 pontos, contra 2.340,80 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.998,30 pontos, contra 19.013,60 pontos.

Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,856 (compra) e R$ 0,857 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,846 (compra) e R$ 0,848 (venda). "Black": R$ 0,860 (compra) e R$ 0,867 (venda). "Black" cabo: R$ 0,860 (compra) e R$ 0,865 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,835 (compra) e R$ 0,865 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,77, fechando a R$ 10,43 o grama na BM&F.
No exterior

Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5598, contra US$ 1,5673 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5780 marco alemão, contra 1,5725 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 99,58 ienes, contra 99,01 no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 375,50, contra US$ 378,60 no dia anterior.

No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para dezembro foi de 4,14%, de 3,87% para janeiro e de 3,51% para fevereiro.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para dezembro ficou em 45.700 pontos e para fevereiro a 49.600 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,882 e para janeiro a R$ 0,905.

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