São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994 |
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Inadimplência cresce 90% em novembro
MÁRCIA DE CHIARA
No mês passado, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) recebeu 105.048 comunicados de carnês com atraso acima de 30 dias. Em novembro de 1993, os inadimplentes somaram 55.170 na cidade de São Paulo. Boa parte do aumento do atraso no crediário em relação ao ano anterior se deve ao crescimento das vendas a prazo com a introdução do real. "A inadimplência cresceu, mas em um ritmo bem menor na segunda quinzena de novembro", diz Emilío Alfieri, economista da ACSP. Entre 1º e 13 de novembro, os carnês com prestações atrasadas aumentaram 45,1% na comparação com igual período de outubro. A inadimplência desacelerou na segunda metade de novembro, diz Alfieri, porque os consumidores usaram o adiantamento do salário para sair da lista dos devedores. Segundo ele, a perspectiva é a de que o número de consumidores com prestações atrasadas seja ainda menor em dezembro. Motivo: parte do 13º salário vai servir para quitar as dívidas. Além disso, diz Alfieri, as lojas estão hoje mais seletivas na concessão do crédito e aumentaram a multa sobre as prestações atrasadas. Em agosto, a multa de mora era de 4% ao mês; atualmente, varia entre 10% e 20%. Vendas As medidas para frear os negócios a prazo baixadas pelo governo no segunda metade de outubro tiveram impacto mais acentuado em novembro. A procura pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) termômetro das vendas no crediário, foi 7% menor no mês passado em relação a outubro. Foram 743.000 consultas em novembro, contra 799.000 no mês anterior. Mesmo assim, a venda a prestação em novembro continuou 20,6% acima de igual período de 1993. Em outubro, as consultas ao SPC foram 27,4% maiores em relação ao mesmo mês do ano anterior. A redução no crediário foi apenas marginal. "Com aquecimento das vendas por causa do Natal, o SPC deste mês deve fechar com alta de 20% sobre dezembro de 1993 e de 30% sobre novembro", prevê Alfieri. Já os negócios à vista neste mês devem ficar 10% abaixo de dezembro de 1993, diz ele. Em novembro, o serviço do Telecheque da ACSP recebeu 685.000 consultas, volume 13,6% menor do que o mesmo período do ano passado e 0,08% abaixo de outubro de 1994. Apesar de os números indicarem queda, na avaliação de Alfieri, a venda à vista continua estabilizada. É que com inflação menor, as pessoas passaram a pagar as compras com moeda e reduziram o uso do cheque, o referencial de vendas do Telecheque. Texto Anterior: Preços caem 0,42% nos supermercados Próximo Texto: Seca afeta pouco a produção de grãos Índice |
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