São Paulo, sábado, 3 de dezembro de 1994
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Seca afeta pouco a produção de grãos

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A seca que atingiu as áreas produtoras de grãos não deve causar grandes estragos na safra 1994/95.
A primeira previsão do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indica queda de 0,62% na área plantada nesta safra em relação a anterior.
Neste ano, os nove produtos (algodão, arroz, batata, cana-de-açúcar, cebola, feijão, mandioca, milho e soja) estão dividindo 28,4 milhões de hectares no centro-sul do país. Isto é 177,7 mil hectares menos do que na safra 1993/94.
Segundo os analistas, não devem ocorrer problemas de abastecimento devido à seca. "Ainda é cedo para estimar a produção", diz Terezinha Iza Cezar, analista de produtos agrícolas do IBGE.
Mas tudo indica, diz, que o resultado deve ficar próximo de 75,1 milhões de t colhidas em março deste ano. Como a seca ocorreu quando a maioria dos agricultores ainda não tinha começado a plantar, foi possível mudar de lavoura.
A soja ocupa neste ano 10,9 milhões de hectares. Isto é 0,63% menos do que na safra 1993/94.
Segundo ela, a queda na área plantada pelo grão deveria ter sido maior. Mas, com a seca, os produtores perderam a época para plantar milho e optararam pela soja.
Resultado: a seca freou a expansão do milho, puxada pelos preços favoráveis e a perspectiva de aumento no consumo do grão na avicultura e na suinocultura.
A área semeada com milho, segundo IBGE, deve somar 9,1 milhões de hectares, apenas 1,44% maior do que a ano anterior.
Caso semelhante é o do feijão. De janeiro a novembro, o produtor recebeu, em média, US$ 52,25 pela saca de 60 quilos –um resultado 41% maior do que nos últimos cinco anos, nas contas de André Pessoa, da consultoria MBA.
A tendência, segundo os técnicos, era de a área plantada expandir. Mas o produto vai ocupar 1,3 milhão de hectares, 1,08% mais do que na safra 1993/94.
Outro produto afetado foi o arroz. O grão ocupa 2,7 milhões de hectares, 5,35% menos sobre o ano anterior, diz o IBGE. Mas isso não preocupa os técnicos. É que a queda ocorre no Centro-Oeste, onde a produtividade é baixa.

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