São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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Rio é rota de cocaína para 23 países

RICARDO FELTRIN
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Relatório reservado da Polícia Federal aponta que o Rio serve atualmente de rota para o envio de cocaína a 23 países da Europa, África, Ásia e Américas do Sul, do Norte e Central.
São rotas de tráfico catalogadas pelo Serviço de Inteligência da PF e que já tiveram carregamentos interceptados. Entre outros países, o Rio é rota de cocaína para Uruguai, Japão, Israel, Itália, Dinamarca, Holanda e EUA.
Uma outra conexão –com ramificações em São Paulo– transporta a droga para países africanos, como Gana e Nigéria. De lá, os carregamentos são enviados para a Europa ou EUA.
Uma tática do narcotráfico, segundo o relatório, consiste em transportar a droga por vários países antes de chegar a seu destino.
Por exemplo: um núcleo de narcotraficantes canadenses descoberto este ano enviava carregamentos da droga para o Rio, por avião.
A PF também tem informações de que a cocaína produzida na Colômbia destinada ao mercado europeu não passa pelos aeroportos ou portos da região sudeste do Brasil.
Os colombianos estariam utilizando principalmente cidades da região Norte e Nordeste, além de outros países sul-americanos.
A Folha também teve acesso a dados reservados da PF, os quais revelam que 95% da cocaína consumida no Rio e em São Paulo são de origem boliviana.
A PF do Rio não tem informações sobre carregamentos de drogas da Colômbia –principal produtor de cocaína no mundo– destinados ao consumo no Estado.
No caso da maconha, os maiores fornecedores são de Pernambuco e do Paraguai.

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