São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994 |
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Ribeirão tem 3 mil jovens viciados em droga
ANA MARIA MORAU
Os números incluem também crianças e adolescentes das classes média e alta. A cada semana, o Conselho Tutelar cadastra cinco novos casos de menores usuários de drogas na cidade, principalmente crack e cocaína. O estudante A.C.J., 15, filho de um comerciante na zona leste, consome cocaína há três meses. "Já fumei muita maconha e não acho mais graça. O problema da coca (cocaína) é preço", afirma. A. diz que já vendeu dois tênis importados para comprar cocaína. "Disse para os meus pais que tinha sido roubado no centro." Ele não se considera um viciado e diz que consome droga só para "curtir" as noites com os amigos.' J.C.B., 16, fuma maconha desde os 13 anos. Ele diz que já experimentou cocaína, mas não gostou. "Fumo um baseado (cigarro de maconha) só para relaxar. Não sou viciado", diz. Segundo o conselheiro Olavo Ferreira de Melo, 36, do Conselho Tutelar de Ribeirão Preto, existem 900 adolescentes cadastrados no conselho, sendo que 150 são usuários habituais de drogas. O Conselho Tutelar foi criado em dezembro de 93. "Na realidade, este número é muito maior porque cadastramos apenas um menor de cada família e algumas vezes tratamos até seis irmãos", disse Melo. Segundo Melo, os menores são encaminhados pela Promotoria da Infância e da Juventude e algumas entidades da sociedade civil. Eles nunca vêem por vontade própria", afirmou. O promotor da Infância e da Juventude, Marcelo Pedroso Goulart, iniciou um trabalho para que os menores viciados sejam tratados em Ribeirão Preto o mais rápido possível. "Dos 40 menores infratores atendidos em outubro pela promotoria, todos haviam praticado furto ou roubo para comprar drogas", afirmou Goulart. Texto Anterior: Índios escapam do direito dos brancos Próximo Texto: 'Crack faz você virar mendigo' Índice |
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