São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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Israel surpreende no Europeu de Seleções

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Com 47 seleções em busca de 15 vagas, chega neste mês de dezembro ao final de seu primeiro terço de disputa a fase eliminatória do campeonato europeu de futebol. A maior surpresa é a seleção de Israel.
As nações qualificadas, num pré-torneio que se estenderá até o dia 15 de novembro, se unirão à Inglaterra anfitriã para a fase definitiva do certame, programada para três semanas espetaculares entre 8 e 30 de junho de 1996.
Na verdade, deveriam ser 14 as vagas à disposição dos países do Velho Continente. O regulamento do certame assegura um lugar cativo ao detentor do troféu, no caso a Dinamarca, ganhadora da competição da Suécia em 1992.
Sem dinheiro, todavia, a federação da Dinamarca preferiu se arriscar à luta pelo passaporte nos gramados. Em vez de ficar parada, reunirá um bom saldo com as rendas de seus jogos.
As 47 seleções estão divididas em sete grupos de seis e mais uma chave de cinco. Conseguirão as vagas, automaticamente, as ganhadoras das oito séries e as seis melhores segundas classificadas.
Os critérios de classificação são os seguintes: 1) número de pontos ganhos; 2) saldo de gols; 3) tentos a favor; 4) número de gols realizados no campo adversário; 5) posição no ranking do "fair-play" da Uefa, a confederação de futebol do continente.
No Euro-96, valem três pontos as vitórias, um os empates e nenhum as derrotas.
O ranking do "fair-play" da Uefa se baseia na quantidade de admoestações impostas pelos apitadores, na quantidade dos cartões amarelos e vermelhos e, principalmente, no comportamento dos torcedores, julgado por fiscais da entidade.
As duas segundas classificadas que sobrarem disputarão o último posto na fase final em um único combate. Esta partida jogo será disputado em um campo neutro, localizado a uma distância equivalente das fronteiras dos dois países em ação.
Acabou-se a União Soviética, ganhadora do certame inaugural em 1960.
Ela agora está representada por dez das suas antigas repúblicas, que viraram países: Armênia, Azerbaijão, Belarus, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldova, Rússia e Ucrânia.
A Alemanha Ocidental, vencedora em 1972 e em 1980, se fundiu à Alemanha Oriental. A Alemanha, que resultou da união, fez nesta eliminatória apenas um jogo –vitória sobre a Albânia.
E a Tchecoslováquia, a conquistadora de 1976, se desmembrou em duas nações, a Eslováquia e a República Tcheca. A divisão parecia ter dizimado a força futebolística do ex-país. Mas a República Tcheca faz boa campanha rumo às finais do Euro-96.
A Iugoslávia, também inscrita na Uefa, está suspensa. A punição foi causada por seu apoio militar e econômico aos sérvios da Bósnia-Herzegóvina, uma ex-república do país, de maioria muçulmana, que luta por sua independência.
Outras ex-repúblicas da Iugoslávia já se separaram, são agora independentes: Eslovênia, Croácia e Macedônia. Desses novos países, o destaque é a Croácia, líder do grupo que conta nada menos com a Itália, vice-campeã nos EUA.
Mais, dois países que geograficamente ficam na Ásia participam, por tradição e por razões geopolíticas, do campeonato europeu –pela ordem, Turquia e Israel.
Neste domingo, a Folha publica um completo balanço analítico da situação de cada um dos oito grupos das eliminatórias do Euro-96, com os seus favoritos e azarões.

Colaborou a Redação

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