São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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Modernizar elevador reduz despesas

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A modernização de elevadores antigos através da troca de equipamentos pode gerar economia de 40% no preço de instalação, além de uma redução de 30% no consumo de energia. A medida derruba ainda pela metade os custos de manutenção.
Segundo Élvio Valença, diretor de marketing da Otis, um elevador para cinco pavimentos e seis passageiros pode ser modernizado por R$ 15,5 mil, enquanto um novo custaria R$ 25,7 mil. Para um de 20 pavimentos e dez passageiros, a reforma sairia por R$ 52 mil.
Ele avalia que as possibilidades de defeitos depois da reforma caem de 5,5 casos/ano, em média, para 2 casos/ano.
O ponto principal da reforma é a substituição dos comandos eletromecânicos por sistemas computadorizados, que racionalizam o uso dos elevadores, atendendo às chamadas mais rapidamente.
Também tornam partidas e paradas quase imperceptíveis e corrigem o desnivelamento entre andar e cabine.
"Tudo isso resulta em economia de cerca de 30% no consumo de energia, redução do tempo de espera, mais conforto e confiabilidade", afirma Ricardo Lenz Cesar, 42, diretor de serviços técnicos da Villares.
A modernização pode incluir ainda a instalação de malhas de raios infravermelhos que impedem o fechamento das portas quando alguém as atravessa, botões luminosos, displays digitais para indicação de andares e sistema de segurança que permite somente ao morador o acesso ao seu andar.
Cores claras, espelhos e luzes, que produzem o efeito de contato com o exterior, evitam a sensação de claustrofobia.
No Hotel CaD'Oro, três elevadores, que estão em funcionamento há 20 anos, foram modernizados. O trabalho levou cinco meses e custou cerca de R$ 130 mil, segundo Carlos Alberto de Carvalho, gerente de manutenção.
A instalação de comandos computadorizados possibilitou a utilização do elevador também no atendimento a hóspedes –antes era exclusivo para o serviços.
"Quando acionado pela área de serviços, o elevador não atende a hóspedes e vice-versa. Com isso, aumentamos a capacidade de transporte em 33%", explica Carvalho.
Quanto à redução do consumo de energia, o gerente afirma que ainda não há uma avaliação precisa, mas estaria em torno de 10%.
Para Carlos Alberto Venturelli, diretor do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis), a modernização não significa necessariamente mais segurança.
"Os riscos de acidentes são praticamente os mesmos. Tudo depende da manutenção", diz.
Ele alerta que é necessário tomar cuidado na escolha da empresa que prestará o serviço. O Contru está cadastrando as conservadoras habilitadas, conforme a lei 33.948, de 20 de janeiro deste ano.
O técnico Antônio Lopes Neto, 44, acredita que os comandos eletromecânicos são tão eficientes e seguros quanto os eletrônicos, desde que com manutenção adequada.
Ele cuida, há 20 anos, dos elevadores mais antigos de São Paulo, os do prédio da Eletropaulo, na praça Ramos de Azevedo (Centro), instalados em 1929.

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