São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994 |
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ESTADO E IGREJA; O BRASIL HOLANDÊS O ESTADO E A IGREJA As duas instituições básicas que, por sua natureza, estavam destinadas a organizar a colonização do Brasil foram o Estado e a Igreja Católica. Embora se trate de instituições distintas, naqueles tempos uma estava ligada à outra. Não existia na época, como existe hoje, o conceito de cidadania, de pessoa com diretios e deveres com relação ao Estado, independentemente da religião. A religião do Estado era a católica e os súditos, isto é, os membros da sociedade, deviam ser católicos. (...) No caso português, ocorreu uma subordinação da Igreja ao Estado através de um mecanismo conhecido como padroado real. O padroado consisitiu em uma ampla concessão da Igreja de Roma ao Estado português, em troca da garantia de que a Coroa promoveria e asseguraria os direitos e a organização da Igreja em todas as terras descobertas. O BRASIL HOLANDÊS O destino do país seria diferente se tivesse ficado nas mãos da Holanda e não de Portugal? Não há uma resposta segura para essa questão, pois ela envolve uma conjectura, uma possibilidade que não se tornou real. Quando se compara o governo de Nassau com a rudeza lusa e a natureza muitas vezes predatória de sua colonização, a resposta parece ser positiva. Mas convém lembrar que Nassau representava apenas uma tendência e a Companhia das Índias Ocidentais outra, mais próxima do estilo do empreendimento português. (...) A colonização dependeu menos da nacionalidade do colonizador e mais do tipo de colonização implantado. (...) Nas mãos de portugueses ou holandeses, com matizes certamente diversos, o Brasil teria mantido a mesma condição de colônia de exploração integrada no sistema colonial. Trechos extraídos de "História do Brasil" Texto Anterior: DOS TUPIS AOS TUCANOS Próximo Texto: O MITO DA INCONFIDÊNCIA; MILITARES E POSITIVISTAS Índice |
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