São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994 |
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O MITO DA INCONFIDÊNCIA; MILITARES E POSITIVISTAS O MITO DA INCONFIDÊNCIA A relevância da Inconfidência deriva de sua força simbólica (...) Em um primeiro momento, enquanto o Brasil não se tornou independente, prevaleceu a versão dos colonizadores. A própria expressão "Inconfidência Mineira", utilizada na época e que a tradição curiosamente manteve até hoje, mostra isso. "Inconfidência" é uma palavra com sentido negativo que significa falta de fidelidade, não observância de um dever, especialmente com relação ao soberano ou ao Estado. Durante o Império, o episódio incomodava, pois os conspiradores tinham pouca simpatia pela forma monárquica de governo. Além disso, os dois imperadores do Brasil eram descendentes em linha direta da Rainha Dona Maria, responsável pela condenação dos revolucionários. MILITARES E POSITIVISTAS Nos meios militares brasileiros, a influência do positivismo só raramente se deu pela aceitação ortodoxa de seus princípios. Em geral, os oficiais do Exército, assim como muitos estudantes e professores, absorveram aqueles aspectos mais afinados com sua percepções. A ditadura republicana assumiu a forma de defesa de um Executivo forte e intervencionista, capaz de modernizar o país, ou simplesmente a da ditadura militar. (...) Em resumo, o positivismo, com sua ênfase na ação do Estado e na neutralização dos políticos tradicionais, continha um fórmula de modernização conservadora do país, que era muito atraente para os militares. Trechos extraídos de "História do Brasil" de Boris Fausto Texto Anterior: ESTADO E IGREJA; O BRASIL HOLANDÊS Próximo Texto: DOS TUPIS AOS TUCANOS Índice |
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