São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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Origem dividiu comunidade

FERNANDO ROSSETTI
DE JOHANNESBURGO

A origem dos portugueses que vivem na África do Sul foi motivo de uma das principais rivalidades dentro da comunidade.
Os "continentais", por sua vez, foram para trabalhos mais especializados e hoje formam uma classe de empresários comerciais e empreiteiros.
"Mas isso já não existe mais porque os portugueses tiveram filhos aqui e todos foram educados", diz o cônsul-geral de Portugal em Johannesburgo, João Brito Câmara.
É essa nova comunidade luso-sul-africana –que no caso dos madeirenses já está na terceira ou quarta geração– a mais refratária a uma migração de volta ao país de origem.
"Hoje os portugueses daqui são empresários e vão para países onde exista uma política econômica estável", afirma Câmara.
Assim, mesmo que Angola e Moçambique se pacifiquem, após duas décadas de guerra civil, os portugueses que fugiram de lá não voltariam necessariamente.
"Aquilo é coisa de negro. Eles puseram a gente para fora. Por que haveríamos de voltar", diz um jovem de 28 anos, nascido em Moçambique, que agora dirige com o pai um dos bons restaurantes portugueses de Johannesburgo. (FR)

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