São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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Mercadora sofre ritual de iniciação

CLAUDIA GONÇALVES

Paula Lemos, 29, virou a casaca: trocou as roupas pelos móveis. Ex-estilista –formada em desenho industrial pela Faap–, ela inaugurou dia 28 passado a Craft House, loja especializada em mobiliário e objetos decorativos confeccionados à mão. "A gente quer mostrar a vida que esse tipo de peça carrega", filosofa Paula, que escolheu a moderninha Vila Madalena para instalar seu negócio.
Além da marca artesanal, outro diferencial da Craft é trazer várias culturas aos consumidores brasileiros: a primeira leva de peças veio da Indonésia. São máscaras, espreguiçadeiras, biombos, conjuntos de sofás, adornos, mesas, bancos e até divãs próprios para fumar ópio –tudo feito em teca, madeira superdurável. Só não dá para se entusiasmar muito com os preços: uma chaise-longue, por exemplo, custa módicos US$ 2.000.
Quem vê a loja hoje, toda arrumadinha, não imagina o que Paula teve de enfrentar para escolher as mercadorias no sudeste asiático. "Tomei rasteira o tempo todo: da comida, da língua, das ruas e, principalmente, dos comerciantes. Lá, tudo tem um ritual diferente", explica. Tão diferente que a mesma mercadoria pode custar mais caro na parte da manhã do que à tarde, segundo Paula.
Ela não esmorece. Antes de vender a centena de peças que trouxe, a agora escolada mercadora já pensa nos próximos alvos para a sua Craft House. "Ano que vem, pretendo fazer compras na Namíbia, no Zimbábue e no Quênia".

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