São Paulo, domingo, 4 de dezembro de 1994
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Bom elenco é o que segura "Incidente em Antares"

SÉRGIO DÁVILA
DA REVISTA DA FOLHA

Teve palavrão, nudez, citação política e dinheiro a rodo (e dá-lhe intervalo!) a estréia da convencional "Incidente em Antares", terça-feira na Globo.
Mas teve –e deve ser esse o ponto alto da minissérie– grandes atuações de atores grandes, Fernanda Montenegro à frente.
O padrão Hollywood, os custos-recorde por capítulo e o cuidado habitual da emissora com o gênero trariam um novo "marco" na TV brasileira, falou-se.
Bobagem. Desde "Beto Rockefeller" que a TV mostra que é maior que seus marcos. O que anda faltando são bons atores.
E isso sobra em "Incidente". São três núcleos, liderados por Paulo Goulart (poderosos), Montenegro (mortos) e Mauro Mendonça (operários). Precisa mais? A lista é longa.
Valeu a noite, por exemplo, a cena da ressurreição de Montenegro e de um Paulo Betti cada vez melhor e mais parecido com Chiquinho Brandão.
A esperada estréia de Valéria Monteiro não ocorreu; a surpresa foi Sílvia Salgado, sumida sex symbol dos anos 80 que volta como matrona no promissor núcleo dos canalhas.
Quanto à superprodução, as casas e os carros velhos novos demais (inclusive o da polícia) e as ruas impecáveis fazem pensar.
Antigos povoados em geral são exemplo de prosperidade e têm todos a mesma cara? Ou a cidade cenográfica global anda precisando variar?

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