São Paulo, segunda-feira, 5 de dezembro de 1994
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A volta das meninas

CIDA SANTOS

Elas estão de volta. Sábado, começa a Superliga do vôlei feminino. A única ausência é Ida, que está do outro lado do mundo disputando a Liga do Japão. No resto, todas as outras jogadoras da seleção estão distribuídas entre as dez equipes que vão decidir qual a melhor do Brasil. Se você gosta de números, pode anotar. Serão 90 partidas nesta primeira fase, que termina dia 11 de março.
Desde o título do Grand Prix e a conquista do vice-campeonato mundial, o vôlei feminino já não é mais o mesmo. As ruas são um belo termômetro. A atacante Hilma conta que tem até provocado certas turbulências no trânsito. Tem sido reconhecida até mesmo pela garotada que fica distribuindo papéis nos semáforos. Resultado: acaba tendo que dar autógrafos e, quando o sinal abre, a turma atrás não perdoa. Buzina.
Se a temporada bem-sucedida rendeu popularidade, na quadra a seleção mostrou modernidade, um tipo de jogo mais próximo ao do masculino e que começou a ser testado em 91 no L'acqua Di Fiori, comandado então pelo técnico Cebola. Ele passou a colocar três jogadoras na recepção.
Até aquela época, os times brasileiros jogavam com cinco nessa função. Resultado: com a nova tática, as equipes ganharam mais jogadas de ataque. Exemplo perfeito, a seleção.
O mesmo Cebola, agora técnico do Banespa, diz que uma das tendências é reduzir para duas o número de passadoras. Dá como exemplo a Rússia, que já disputou o Mundial dessa maneira. Só que, se a russas mostraram evolução na recepção, não souberam aproveitar seus benefícios para o ataque. Fizeram um jogo quadradinho, com muita bola alta.
Vamos ver agora na Superliga as novidades que os times vão apresentar. No Nossa Caixa/Recreativa, a atual campeã brasileira, o técnico Chico Santos já está testando a recepção com duas jogadoras: Simone e Sônia Ayaucan.
No ataque, esta temporada promete jogadas de muita velocidade. Hilma é um exemplo. Diz que está conseguindo tornar suas jogadas do fundo de quadra cada vez mais rápidas.
A Superliga deve firmar revelações. É o caso de Fernanda Doval, do BCN, que tem uma diagonal curta, que, por vezes, lembra até Moreya Luis. O torneio também tem incentivo extra. O técnico Bernardinho estará de olho. E quem das atletas não quer fazer parte da seleção, um time vitorioso, que, em 95, vai em busca da vaga para tentar realizar o sonho dourado nos Jogos de Atlanta?

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