São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994
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Indicado por FHC assume Orçamento

MÔNICA IZAGUIRRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A transição do governo Itamar para o governo FHC começará pela SOF (Secretaria de Orçamento Federal), órgão considerado estratégico para o programa de ajuste fiscal.
Escolhido por Fernando Henrique para chefiar a SOF em seu governo, o economista Valdemar Giomi assumirá o cargo em caráter definitivo na próxima segunda-feira.
Giomi substitui Mauro Marcondes Rodrigues, chefe de gabinete do ministro do Planejamento, Beni Veras, que dirigia a SOF interinamente desde meados de outubro.
A posse antecipada de Giomi foi acertada entre FHC e Itamar na semana passada, após um acordo entre Veras e Paulo Renato Souza, seu virtual sucessor.
O novo secretário foi indicado pelo deputado tucano José Serra (SP). Giomi chefiou a área de Orçamento como secretário de Planejamento do governo Franco Montoro, em São Paulo.
A decisão tomou como pressuposto a necessidade de o futuro secretário se inteirar o quanto antes dos problemas do Orçamento/95, em tramitação no Congresso.
A missão de Giomi será refazer o Orçamento, zerando o déficit potencial contido no projeto. A revisão da proposta orçamentária será feita em 95, mesmo que até lá o Congresso já tenha aprovado o projeto.
A alteração pode ser feita por novo projeto de lei.
Na melhor das hipóteses, o Orçamento de 1995 contém um déficit operacional (inclui juros reais da dívida pública) de R$ 1,28 bilhão –calculado pela SOF de acordo com um conceito mais flexível, que considera entre as receitas "boas" os recursos esperados com a privatização e empréstimos externos.
Mais rígido, o conceito recomendando pelo FMI aponta um déficit maior: R$ 12,04 bilhões.
Ambos os números foram informados ao Congresso. Até por saber que um ajuste de R$ 12 bilhões é difícil no primeiro ano de governo, a equipe de FHC deve trabalhar com o outro conceito, mais flexível.
O dinheiro da privatização, considerado nesse conceito, é um dos pilares do ajuste que FHC quer.

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