São Paulo, terça-feira, 6 de dezembro de 1994
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SP ganha hospital-dia para doenças do sangue

DA REPORTAGEM LOCAL

A Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo inaugurou ontem o Hospital-Dia Ulysses Guimarães. A unidade, que funciona no Hospital das Clínicas (região central), é destinada a pacientes com leucemia, linfoma ou que estejam fazendo quimioterapia.
É o primeiro serviço público –gratuito– voltado a estes doentes no país. Em vez de se internar, o paciente chega pela manhã, é medicado ao longo do dia, recebe um lanche e volta para casa.
"O doente permanece em contato com a família, que ajuda na recuperação", diz Pedro Dorlhiac, diretor da Fundação Pró-Sangue.
Outra vantagem é a economia de pelo menos 50% no tratamento. Atendendo das 7h às 21h, sete dias por semana, o hospital dispensa todos os serviços de hotelaria e plantões noturnos.
Dalton Chamone, presidente da Fundação Pró-Sangue e professor-titular de Hematologia da Faculdade de Medicina da USP, diz que o hospital-dia oferece atendimento de 1º Mundo.
Cerca de 50 pacientes são atendidos por dia. A inauguração do hospital-dia é mais um serviço do hemocentro que já é o maior banco de sangue da América Latina. "Hoje ninguém trata câncer hematológico sem transfusão", diz Chamone.
A fundação já tem um setor de aférese que será inaugurado nas próximas semanas. Nele, ao coletar o sangue do doador, o equipamento separa apenas o hemocomponente necessário, permitindo mais de uma doação por semana. O aparelho também é capaz de retirar do sangue de um doente apenas os elementos nocivos.
A próxima etapa –aguardada para 95– é a ampliação do hospital-dia que passará a receber até 200 pacientes por dia.
A inauguração de ontem foi presidida por Chamone. As salas foram abençoadas pelo cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns. Estavam presentes também Tito Henrique, filho de Ulysses Guimarães, o vice-governador eleito Geraldo Alckmin, o vice-prefeito de São Paulo, Sólon Borges dos Reis, e Maria Cristina Caldeira, filha do empresário Carlos Caldeira Filho.

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