São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Operação Rio é prorrogada por 30 dias

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Será prorrogado por 30 dias o convênio que dá ao Exército a coordenação da Operação Rio. Além disso, cerca de 2.000 soldados do Exército devem ser incorporados à Polícia Militar fluminense. Esse foi o resultado de uma reunião de 2 horas e 35 minutos entre o governador eleito do Rio, Marcello Alencar (PSDB), e o general Edson Alves Mey, do Comando Militar do Leste (CML).
O relato oficial da reunião foi feito por Alencar, às 18h40, logo que saiu do encontro.
Também participaram da reunião os generais Roberto Câmara Senna (coordenador da Operação Rio); Gilberto Figueiredo (chefe do Estado Maior do CML) e Euclimar da Silva (futuro secretário da Segurança Pública do Rio).
Segundo Alencar, sua reunião com Edson Alves Mey foi acertada e recomendada pelo presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Alencar e FHC tomam posse em 1º de janeiro.
O convênio que criou a Operação Rio termina no dia 30 deste mês. Para que seja prorrogado, são necessárias as assinaturas do presidente da República e do governador fluminense.
"É necessário que se mantenha (o convênio) para tranquilizar a sociedade", disse Alencar. Segundo ele, a continuação do convênio será oficializada com base em uma minuta da reunião de ontem.
A preparação da minuta ficou por conta dos militares. São os seguintes os principais pontos da renovação do convênio:

Prazo - 30 dias, "renováveis por mais outros tantos que sejam necessários", segundo Alencar;

2.000 soldados - Incorporação pela Polícia Militar, "o mais rápido possível", de soldados do Exército que já estão treinados para atuar no combate ao crime. Essa incorporação depende de uma solução jurídica ainda não encontrada, pois os policiais militares precisam prestar concurso público para serem admitidos.

Reestruturação da polícia - O Exército se comprometerá a colaborar, "sem nenhum prazo e independente do convênio", nas atividades relativas as treinamento, coleta de informações e fornecimento de armamento para as forças policiais do Estado do Rio.

Transição de comando - Ficará estabalecido na prorrogação que a Operação Rio terá um "comando conjunto", assim como ficará definido o prazo para que o Estado passe a ter o controle total das ações. Deve fazer parte dessa coordenação conjunta o general da Silva, próximo secretário da Segurança já escolhido por Alencar. Da Silva trabalharia junto com o general Roberto Câmara Senna.
Marcello Alencar disse que não é possível prever o prazo para que tropas do Exército deixem de patrulhar as ruas do Rio. "Isso será feito gradativamente", disse.

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