São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Polícia apura morte de vítima do Exército

SERGIO TORRES

SERGIO TORRES; RICARDO FELTRIN
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor do DGPC (Departamento Geral de Polícia da Capital) da Secretaria de Polícia Civil, José Schiavo Filho, disse que a 24ª DP (Delegacia de Polícia), em Piedade (zona norte), abriu inquérito criminal para apurar as circunstâncias da morte do comerciário Alex Alexandre Telles Pacheco.
No caso de o inquérito concluir que foi realmente um militar o responsável pelos tiros que causaram a morte do comerciário, as conclusões serão enviadas para o CML (Comando Militar do Leste), que as deverá anexar ao IPM (Inquérito Policial Militar).
A partir do momento que a delegacia concluir que a morte foi praticada por um militar em serviço, a Polícia Civil deixa o caso por se tratar de uma ocorrência a cargo da Justiça Militar.
Exames feitos no corpo de Pacheco pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal) detectaram presença de álcool em seu sangue.
O diretor da Polícia Técnica do Rio, Mauro Ricart, afirmou ontem que a conclusão final da perícia técnica feita na arma e no carro de Pacheco será divulgada até sexta-feira.
Ricart, 52, disse à Folha que sob o corpo de Pacheco, dentro da Marajó utilizada por ele para furar o bloqueio militar, "foi encontrado um revólver (cujo calibre ele não soube informar), com dois cartuchos deflagrados".
Segundo o diretor da Polícia Técnica, a arma está sendo periciada pela Polícia Civil para comprovar o seu funcionamento. "Queremos que tudo nesse caso tenha o máximo de transparência", afirmou Ricart.
Tiros
Ricart estimou entre oito e dez o número de tiros que acertaram o carro de Pacheco. Ele foi morto no sábado, dia 3, com cinco tiros, possivelmente de um fuzil FAL (Fuzil Automático Leve). O comerciário não tinha antecedentes criminais.
O diretor afirmou não ser possível, até a conclusão da perícia, dizer se os tiros disparados pelos ocupantes do carro foram dados por Pacheco ou por seu acompanhante, Antonio Maia.
Tanto as armas que dispararam tiros contra o carro como o revólver encontrado também serão periciados pela Polícia do Exército.
Colaborou RICARDO FELTRIN, enviado especial ao Rio

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