São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Estudante achava que não sairia vivo

André Penido diz como foi o sequestro

ESTELA MARI VESARI
DA FOLHA VALE

O estudante André José Tunisse Penido, 18, de Guaratinguetá (177 de SP), disse que nos 13 dias em que esteve no cativeiro chegou a duvidar se conseguiria sair vivo.
Penido foi sequestrado em 19 de novembro e libertado na última sexta. O estudante concedeu entrevista exclusiva à Folha ontem, em sua casa.
Folha - Como você foi abordado na noite do sequestro?
Penido -Fui fechado por um Tempra na esquina de casa. Duas pessoas entraram no carro e me jogaram no banco de trás.
Folha - Como era o cativeiro?
Penido - Fiquei trancado dentro de um banheiro, com cerca de 5 m2. Recebia comida três vezes por dia. Eles punham música alta 24 horas por dia.
Folha - Os sequestradores deixaram alguma pista que possa auxiliar a investigação?
Penido - Um deles tinha sotaque carioca. Parecia que queriam que eu pensasse que estava no Rio –me mostraram os jornais "O Globo", "O Dia" e "Tribuna da Imprensa".
Folha - Você tem noção do armamento usado por eles?
Penido - Eles ficavam dizendo que tinham metralhadoras. Mas em nenhum momento eu vi ou toquei em alguma arma.
Folha - Você foi agredido?
Penido - Não. Eles diziam que eu ia sair vivo, mas que começariam a me espancar caso minha família demorasse a pagar o resgate. Eu não confiava na palavra deles.

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