São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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Compulsório pode atingir os fundos de commodities

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os fundos de commodities que fizeram aplicações em "export notes" ou em outras operações enquadradas na Circular nº 2.511 baixada pelo Banco Central na noite de sexta-feira última podem ter sua rentabilidade reduzida.
Essa é a avaliação preliminar feita por alguns executivos de bancos, como Manoel Félix Cintra Neto, diretor da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos) e do Banco Multiplic, e Raul Barreto, vice-presidente do Banco Mercantil de São Paulo.
O presidente da Febraban, Alcides Tápias, disse ontem, após a entrega do "Prêmio Febraban de Jornalismo, que, em princípio, apenas as operações caracterizadas como empréstimos estariam sujeitas aos compulsórios de 30% (incidente na captação de recursos pelos bancos) e de 15% (sobre empréstimos).
Os dirigentes das entidades do sistema financeiro reúnem-se amanhã em São Paulo com a diretoria do BC para esclarecer essas e outras dúvidas.
Considerada correta e eficaz por Tápias, a medida foi baixada com o objetivo de bloquear as transações não convencionais –"export notes", "box" com contratos de opções– que vinham sendo feitas pelos bancos para evitar a incidência de compulsórios.
Um dos efeitos da medida, segundo Tápias, será uma redução da liquidez no sistema bancário e um aumento nos custos do crédito, apesar da queda nos juros promovida ontem pelo BC no overnight com títulos públicos federais.
Um banqueiro estima que o saldo das operações atingidas pela Circular 2.511 oscila entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões, o que significa que até o final de janeiro os bancos terão que recolher ao BC cerca de R$ 2 bilhões sob a forma de compulsórios.

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