São Paulo, quarta-feira, 7 de dezembro de 1994
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EUA demitem funcionários do Congresso

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O futuro presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Newt Gingrich, anunciou ontem a demissão de um terço dos funcionários do Congresso, tantos que um dos prédios do legislativo ficará vazio e será vendido.
O Congresso dos EUA tem 19.510 funcionários para 535 parlamentares. Desde 1945, em especial na década de 1960, o número de funcionários sextuplicou, embora o de parlamentares tenha permanecido igual.
O Partido Republicano, a que Gingrich pertence, não tem o controle sobre o Congresso desde 1954. Ele foi o líder da campanha eleitoral deste ano, que devolveu aos republicanos a maioria na Câmara e no Senado.
Foi de Gingrich a idéia de publicar na revista de maior circulação do país, "TV Guide" (58 milhões de exemplares mensais), o "contrato com a América", compromissos assumidos pelo Partido caso vencesse a eleição.
Um dos pontos desse contrato é o corte no funcionalismo público, a começar pelo do Congresso. Cada senador tem em média 40 funcionários em seu gabinete; cada deputado, 22.
Além disso, as comissões parlamentares também têm milhares de assessores. Todos esses empregados custam ao contribuinte norte-americano cerca de US$ 500 milhões por ano.
Gingrich está sendo desafiado por líderes do Partido Democrata na sua área preferida: a moralidade com o dinheiro público.
O deputado Barney Frank, por exemplo, diz que Gingrich impediu que se acabasse com uma das raras mordomias que restam aos congressistas do país.
Segundo Frank, Gingrich vetou um projeto de regulamento interno que proibiria aos parlamentares usar as milhas usadas em viagens oficiais em programas particulares de viajantes frequentes.
Frank, representante do Estado de Massachusetts e um dos poucos parlamentares homossexuais assumidos, também desafiou Gingrich a reduzir o salário de presidente da Câmara (US$ 171.500 anuais).
(CELS)

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