São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 1994
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Policial atira em carro de Robson Caetano

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O velocista Robson Caetano, medalha de bronze nos 200m rasos das Olimpíadas de Seul, teve seu carro baleado no Rio, ontem pela manhã, por não obedecer à ordem de um policial para que parasse. O único tiro atingiu a parte traseira da lataria do Saveiro preto de Caetano, ao lado da placa. Robson não foi atingido.
O atleta ia da Barra da Tijuca para a Praia do Pepino, onde pretendia participar pela primeira vez de um torneio de vôo livre. Logo depois do túnel do Joá, o soldado Júlio Castilho, do 23º Batalhão (Leblon, zona sul), mandou que Robson parasse, pois estava andando pela pista do acostamento. Robson não parou e o soldado partiu em perseguição ao Saveiro. Quando Caetano parou, já próximo à praia, o policial disparou.
"Não sabia que andar no acostamento era crime," disse Caetano, que afirmou não ter entendido a ordem policial.
Após o tiro, Robson Caetano parou para discutir com o policial. "Eu tenho medo de tiro, quem não tem?", disse. O caso foi parar na delegacia da Gávea (15ª). O atleta seria liberado após o depoimento e pretendia participar do torneio.
No dia 18 de novembro, a jogadora de vôlei Marcia Fu foi revistada pelo Exército em blitz na rodovia Washington Luiz.
Ela, seu noivo, Eduardo Barbosa, 24, e o irmão dele, Renato, foram obrigados a descer do Suzuki modelo Vitara (importado). Armados de fuzis, os soldados examinaram a bagagem da atleta, abriram o porta-malas, o porta-luvas e olharam debaixo dos bancos. Nada foi encontrado. Marcia, na época, ironizou: "Acho legal ter blitz para que peguem logo os bandidos e parem de me parar."

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