São Paulo, sábado, 10 de dezembro de 1994
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Brasil "esmagou" inflação, diz Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

Clinton prega 'parceria para prosperidade'
Na abertura da Cúpula das Américas, presidente elogia vitória do Brasil contra inflação e pede democracia em Cuba
O presidente dos EUA, Bill Clinton, 48, abriu ontem a Cúpula das Américas, prometendo que ela criará uma "parceria para a prosperidade". "Este é um momento mágico. Não vamos desperdiçá-lo", disse.
O discurso que inaugurou o maior encontro de chefes de Estado e de governo da história do hemisfério foi feito às 12h (15h em Brasília) no teatro Jackie Gleason, em Miami, a uma platéia de empresários e líderes cívicos.
Ele procurou convencer o público interno dos EUA de que a cúpula vai trazer "mais empregos, oportunidades e prosperidade" para todos os países do continente, inclusive o seu próprio.
Mas, numa indicação das dificuldades que terá para implementar decisões da Cúpula, Clinton recebeu do líder de seu partido na Câmara recomendação de cautela ao negociar o livre comércio.
Richard Gephardt, possível desafiante de Clinton no Partido Democrata para a eleição de 1996, disse que é preciso cuidado para não tirar empregos de norte-americanos em benefício de países que não respeitam direitos trabalhistas, ecológicos e humanos.
O mais longo aplauso a Clinton no discurso ocorreu quando ele manifestou apoio ao "desejo do povo cubano por mudanças pacíficas em direção à democracia".
O presidente elogiou seus 33 colegas que vieram a Miami, "escolhidos por votos, não por balas" ("ballots, not bullets"). Fez uma referência ao Brasil, que "este ano esmagou a inflação".
À noite, o presidente e a primeira-dama receberiam os convidados para jantar no Biltmore Hotel.
Embora o clima de entendimento predomine, há dificuldades potenciais: os presidentes da Guatemala, México e El Salvador querem incluir a questão dos imigrantes ilegais nos EUA na agenda e o do Peru reclamou da pouca ajuda dos EUA à América Latina.
Ao fim do discurso, Clinton recebeu má notícia. A maior autoridade médica do país e sua amiga pessoal, Jocelyn Elders, renunciou depois de receber ataques da oposição por defender a legalização de drogas leves, como maconha.

LEIA MAIS
sobre a Cúpula das Américas na pág. 1-5.

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