São Paulo, segunda-feira, 12 de dezembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Debate entre rappers e polícia fica sem acordo
GABRIEL BASTOS JÚNIOR
Representada pelo coronel Hermes Cruz, diretor de comunicação social, a PM fez duas propostas: que os rappers não cantassem em shows palavras que pudessem ofender a polícia e que não oferecessem resistência caso fossem "convidados a comparecer ao distrito policial". Os representantes dos vários grupos de rap presentes consideraram a proposta um desrespeito à liberdade de expressão. "Não entendo como se fala em garantia da lei para me cercear e não para me dar liberdade", disse Eugênio Lima, representante de 44 grupos que assinaram um manifesto conjunto. Cruz acha que sua proposta "não tem nada a ver com censura prévia". Seria apenas um "acordo" para evitar problemas. As desavenças entre polícia e rappers começaram no dia 15 de outubro, com a prisão de Big Richard, durante um show no vale do Anhangabaú. O confronto continuou no dia 19 de novembro, mais uma vez no Anhangabaú. Foram levados para o 3º DP os membros dos grupos Racionais MC's e MRN. Segundo Celso Fontana, da subcomissão de racismo da OAB, Nill, vocalista do MRN, foi autuado em flagrante por "desacato à autoridade" e responde em liberdade ao inquérito após o pagamento de fiança. Os membros do Racionais foram indiciados por "incitação ao crime", mas sem flagrante. Sem acordo, é provável que ocorram novos incidentes. "Se meu policial for ofendido, aplicarei a legislação novamente", disse o coronel Ferrarini, responsável pelo 7º BPM, que faz o policiamento no Anhangabaú. (Gabriel Bastos Junior) Texto Anterior: BIG RICHARD O RAPPER INTELECTUAL Próximo Texto: É hora agora: entre em rede ou morra Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |