São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 1994
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Advogados comemoram; irmão de PC chora

DANIELA PINHEIRO

DANIELA PINHEIRO; FLÁVIA DE LEON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Finalmente houve emoção no plenário do STF. Depois de três dias de um julgamento morno, a absolvição do ex-presidente Fernando Collor de Mello e de PC Farias foi calorosamente comemorada pelos advogados de defesa.
As duplas que defenderam Collor e PC se abraçaram depois do voto do ministro Octávio Galloti, que decidiu pela absolvição no crime de corrupção passiva. Cláudio Farias, irmão de PC, chorou.
O julgamento de ontem começou com o mea culpa do ministro Carlos Veloso, ao explicar que dormiu durante o julgamento de sexta-feira porque havia tomado remédios contra a hipertensão, ajudou a revelar as origens de tanta tranquilidade até então no STF.
O clima sossegado parece ser fruto do fato de advogados e ministros estarem recorrendo a remédios, técnicas de relaxamento, chás e caminhadas para aguentar a discussão sobre o caso.
Evaristo Moraes Filho e Fernando Neves, advogados de Collor, levaram a sério a máxima "um lexotan antes e um drinque depois". "Já fui muito amigo do uísque para relaxar mas depois brigamos. Hoje à noite vou ser amigo do vinho", disse Evaristo.
Mais "lights", os advogados de PC preferem meditar e tomar chá de jasmim para combater a tensão provocada pelo julgamento. "Eu simplesmente me concentro e desligo da tomada os problemas", disse Bulhões.
O segundo voto de ontem, o de Celso de Mello, foi todo escrito à mão no verso de folhas do clipping do STF. Foram 60 páginas produzidas durante toda a madrugada de ontem: "Dormi duas horas essa noite", dise Mello. "Aguento ficar acordado porque estou tomando café."
O ministro Carlos Velloso enfrentou uma áspera discussão com o ministro-revisor, Moreira Alves, durante seu voto.

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