São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 1994
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Banco Central mantém as taxas de juros

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O governo realizou ontem leilão de Bônus do Banco Central. Os papéis foram colocados com taxa do over de 4,687% ao mês, ficando dentro da expectativa do mercado. Ocorreu a colocação total dos títulos emitidos.
Os fundos de commodities não precisam mais aplicar de maneira compulsória em papéis agrícolas, criando nova procura pelos títulos públicos.
Havia a expectativa de que o BC iria derrubar a taxa do over ontem para o patamar de 4,8% ao mês. Como isso não aconteceu, os juros dos CDBs e do mercado futuro registraram alta.
A taxa do over teve ligeira baixa, passando de 5,21% ao mês no dia anterior para 5,19% ontem. Os juros no mercado futuro (DI) passaram de 3,70% no dia anterior para 3,77% ontem. As taxas dos CDBs elevaram-se de 48,80% ao ano pela equivalência com o dia anterior para 51,50% ao ano ontem.
O mercado acionário esteve ontem relativamente calmo, aguardando hoje o vencimento do índice Bovespa futuro. O índice Bovespa registrou baixa durante a manhã e fechou em alta, por causa da indicação de José Serra para o Ministério do Planejamento do governo Fernando Henrique.
Luiz Fernando Furlan, presidente da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), disse ontem que as empresas em geral devem ter resultados satisfatórios neste quarto trimestre, por causa do aumento no consumo. Segundo ele, as empresas exportadoras devem, no entanto, reduzir a rentabilidade, se o mercado interno não absorver a produção total.
Roberto Faldini, da Metal Leve, não espera mudanças no câmbio e diz que as empresas exportadoras terão que fazer ajustes. Ele teme, no entanto, que depois da redução nas exportações por perda de rentabilidade, o governo incentive novamente as empresas a exportarem. Se isso acontecer, os mercados já estarão perdidos, disse Faldini.
Furlan acredita na manutenção da política cambial e estima que o dólar comercial não deve superar R$ 0,92 antes de junho de 1995.
Para Paulo Setubal Neto, da Duratex, as empresas brasileiras poderão perder a competitividade no comércio exterior, se não houver redução nos encargos sociais, que oneram em mais de 100% a folha de pagamentos.
Furlan entende que a política cambial não precisaria ser mudada, se houvesse a possibilidade dos exportadores reduzirem seus encargos (impostos, juros altos) que encarecem as vendas externas do país.

Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,128%. A taxa média do over foi ontem de 5,19% ao mês, projetando rentabilidade acumulada de 3,91% no mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,25% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,6376%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 30% e 51,9% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 181 dias: 18% ao ano mais Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,41% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 65% e 77% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,88% ao ano.

Bolsas
São Paulo: alta de 0,45%, fechando com 48.351 pontos e volume financeiro de R$ 249,8 milhões. Rio: alta de 0,1% (I-Senn), fechando com 20.881 pontos e volume financeiro de R$ 17,58 milhões.

Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.267,60 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.875,48 pontos.

Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,842 (compra) e R$ 0,844 (venda). Na última sexta-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,842 (compra) e R$ 0,844 (venda). "Black": R$ 0,850 (compra) e R$ 0,860 (venda). "Black" cabo: R$ 0,848 (compra) e R$ 0,852 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,10%, fechando a R$ 10,24 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5620. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5710 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,17 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 377,60, contra US$ 371,50 no dia anterior.

No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para dezembro ficou em 48.900 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,858 e para janeiro a R$ 0,880.
A expectativa de juros no mercado de DI era ontem de 3,77% para dezembro e de 3,30% para janeiro.

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