São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 1994
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Antarctica fecha acordo com Budweiser

DA REDAÇÃO

Depois de 18 meses de negociações, Antarctica e Anheuser-Busch anunciam ao mercado acordo para produção e distribuição da cerveja Budweiser no Brasil.
Protocolo de formalização da nova joint-venture (associação) será assinado na próxima terça-feira, dia 20, conforme a Folha apurou junto ao mercado financeiro.
As duas empresas têm reafirmado que só se pronunciam sobre novos negócios após consulta e aprovação dos órgãos que fiscalizam a atuação de empresas de capital aberto.
A norte-americana Budweiser, produzida pela Anheuser-Busch, é líder mundial do mercado de cervejas. O consumo da marca -perto de 10 bilhões de litros/ano– equivale ao dobro da produção total das cervejarias brasileiras.
No Brasil, o banco J.P.Morgan assessorou a Anheuser-Busch na associação com a Antarctica.
Ainda em 95, também a Miller, vice-líder mundial, será produzida e distribuída no Brasil, em parceria com a Kaiser.
Com a estratégia, Antarctica e Kaiser alçam vôo para internacionalizar suas marcas, contra-atacando a ofensiva da Brahma, que fincou fábrica na Argentina.
O acordo Antarctica-Budweiser prevê a distribuição da cerveja brasileira em toda a América Latina, a ser comercializada pelos mesmos distribuidores da Anheuser-Busch.
A delicada composição do controle acionário da Antarctica provocou o adiamento da assinatura do protocolo -que já deveria ter ocorrido há três meses.
Por ter seu controle acionário detido por uma fundação, a Cervejaria Antarctica Paulista, uma das empresas que formam a Antarctica S/A, sofre restrições para participar de associações que impliquem em transferência de parte de suas ações.
Para viabilizar a associação com a Anheuser-Busch, os bancos que cuidaram da operação colocaram, na joint-venture, a participação de todas as empresas do grupo Antarctica, menos a Antarctica Paulista.
Desse modo, a Antarctica Nacional entra com aproximadamente 20% de seu capital total na parceira com a Budweiser.
A operação está cercada por sigilo, de modo a se evitar especulação em bolsas –já que a Antarctica tem o capital aberto– e problemas com Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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