São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 1994 |
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Lançada autobiografia de Nelson Mandela
FERNANDO ROSSETTI
Não foi a única exigência voltada a ampliar o impacto de uma obra que, sem publicidade, já tem garantia de vendas por retratar a vida de um dos políticos mais importantes da atualidade. Em entrevista anteontem à rádio 702, a mais ouvida de Johannesburgo, Mandela afirmou que teve que "lutar muito" com a editora americana para que o livro mantivesse suas características originais. Apesar disso, ele acabou aceitando "personalizar" o livro, que é narrado na primeira pessoa. "Isso foi feito para agradar o enorme público leitor dos EUA e contrariou, de certa forma, a idéia incial de que o livro deveria ser um registro histórico", afirmou. Mas essa declaração apenas se soma aos 115 capítulos do livro para demonstrar uma das características mais marcantes do presidente sul-africano: a humildade. Mandela diz que sua politização não se deu de repente: "O acúmulo de mil desfeitas, mil indignidades e mil momentos foram produzindo uma raiva, uma rebeldia, um desejo de lutar contra o sistema que aprisionou meu povo". Após 27 anos de prisão, Mandela liderou uma transição que muitos julgavam impossível: a tomada do poder sul-africano pelos negros. Mandela disse na entrevista que quer "ser considerado um santo, se por santo entendemos um pecador que continua tentando". E pediu paciência à população para as mudanças que ainda estão por vir. O livro foi escrito em colaboração com o editor Richard Stengel, que acompanhou Mandela desde sua libertação em 1990. Texto Anterior: Morre líder político da França aos 102; Rocard diz que não concorre a presidente; Casa de Tapie pode ser vista pelo público; Anunciada morte de Madame Gres aos 90; Sarah Ferguson fez dois testes de HIV; Líder guerrilheiro do México prevê guerra Próximo Texto: Mãos Limpas ouve Berlusconi por 7 horas Índice |
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