São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994
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Fígado humano é servido em Campinas

Assassino deu orgão para dono do bar

DA FOLHA SUDESTE

As oito pessoas que comeram fígado humano em um bar em Campinas (SP) não correm riscos de ter algum problema de saúde, segundo o médico-legista José Eduardo Bueno Zappa, 41.
A confirmação de que a carne –consumida em 20 de setembro– era humana é de um laudo divulgado anteontem pelo IML.
A estudante Joice Rodrigues dos Santos, 16, filha do dono do bar, afirmou que comeu o fígado e que o gosto era de uma carne bovina.
Adriana de Oliveira, 15, disse que foi a que mais comeu a carne. "Sempre gostei de fígado, mas nunca mais vou comer", afirmou.
Segundo a polícia, o fígado foi retirado do corpo do mecânico Cícero Alves da Silva, 44. Ele teria sido assassinado pelo pedreiro Ubiratan Freire de Menezes, 22. O pedreiro está preso na Cadeia Pública de Campinas e nega o crime.
A polícia apurou que ele teria assassinado o mecânico com dois tiros e 19 facadas e depois teria retirado o fígado e levado até o bar embrulhado na própria camisa. Segundo o dono do bar, Luiz Fonseca dos Santos, 57, o pedreiro teria dito que o fígado era de cabra.
Um dos filhos dos proprietários do bar, Edivaldo Luiz dos Santos, 27, disse que preparou a carne com alho, cebola e pimenta.
"A única diferença que notei é que a carne era meio dura e tive que deixar fritar bastante. Ela começou a esfarelar e a espumar. O fígado normal não derrete", disse.
Ele afirma que foi o primeiro a comer a carne e que não desconfiou que pudesse ser um fígado humano. "Minha mãe desconfiou e disse que podia ser de gente."

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