São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994
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Doação de sangue cresce 145% em um ano em SP

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CUT (Central Única de Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, e o futuro ministro da Saúde, Adib Jatene, 65, se encontraram ontem na sede da Fundação Pró-Sangue em São Paulo.
Vicentinho foi conhecer as instalações da fundação e dar apoio à campanha de coleta de sangue nas empresas. Em janeiro, a Pró-Sangue assinou convênio de doação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que era presidido por Vicentinho.
Jatene acompanhou a visita porque na época em que o convênio foi assinado era presidente do Conselho Curador da fundação.
"Vim cumprimentar o Vicentinho, que tem dado bastante apoio às campanhas de doação", disse Jatene.
Além de Vicentinho, também participaram da visita representantes da Força Sindical e o vice-presidente da Fiesp, Paulo Figueiredo. A visita durou uma hora e o presidente da CUT aproveitou para doar sangue. É a segunda vez em 94 que Vicentinho faz doação.
"É sempre bom que sindicalistas, empresários, esportistas, enfim, todos os que têm projeção em seu meio doem sangue porque isso estimula o cidadão comum a doar também", disse José Luiz Portella, 42, diretor da fundação.
A Pró–Sangue é responsável pelo abastecimento dos bancos de sangue de 270 hospitais da Grande São Paulo, incluindo o HC (Hospital das Clínicas), maior hospital da América Latina.
Há um mês, a Pró-Sangue enfrentou uma de suas piores crises. No dia 17 de novembro, o estoque estava reduzido a pouco mais de 700 bolsas, suficientes para o consumo de apenas um dia.
Ontem, o estoque era de 2.800 bolsas, que garantem o consumo de quatro dias. O ideal é ter estoque de 3.500 bolsas.
"Saímos do sufoco, mas a situação ainda é preocupante porque nas semanas de festas (Natal e Ano Novo) o volume de doações cai e a demanda por sangue aumenta, já que crescem os acidentes em estradas", disse Portella.
Em 94, graças aos convênios feitos com empresas, sindicatos e associações de moradores, a Pró-Sangue aumentou em 145% o volume de doações voluntárias.
Mesmo assim, 85% das doações continuam sendo feitas "compulsoriamente" por pessoas que têm parentes internados em hospitais da rede pública conveniados à fundação.
Para Jatene, falta no Brasil uma "campanha de guerra", que una imprensa, representantes de associações sindicais e empresários, incentivando à doação.
"Já evoluímos muito, mas acho que a imprensa poderia dar mais destaque a iniciativas como essas. Também é preciso fazer mais campanhas governamentais de incentivo à doação."

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