São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994
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Justiça apura morte em lipoaspiração

DA FOLHA ABCD

O procurador-geral do Ministério Público de São Paulo, José Emmanuel Burle Filho, encaminhou ontem um ofício ao secretário das Promotorias de Justiça de São Caetano pedindo a apuração dos motivos que levaram à morte a professora Marisa Merlin Cassoto, no último domingo.
Marisa morreu no Hospital Nossa Senhora da Pompéia, depois de permanecer 96 dias em estado de coma, após uma cirurgia de lipoaspiração.
Burle tomou conhecimento do caso através da reportagem da Folha publicada anteontem.
No ofício, encaminhado ontem, o procurador-geral pede que sejam tomadas as "providências cabíveis na apuração dos fatos".
O secretário das Promotorias de São Caetano, Paulo Roberto Dias Júnior, deve receber hoje o documento.
A partir do recebimento do ofício, o secretário deve designar um promotor especial para acompanhar o caso. Esse promotor vai analisar os fatos e decidir se é necessário pedir uma instauração de inquérito.
Ao mesmo tempo em que se inicia essa investigação, o CRM (Conselho Regional de Medicina) se prepara para analisar o caso e apurar se houve ou não erro médico no atendimento a Marisa.
A investigação do CRM foi motivada pela representação apresentada pelo viúvo de Marisa, Luiz Carlos Cassoto, que pediu o esclarecimento das circunstâncias da morte de sua mulher.
Na representação, Cassoto cita o nome do médico Mauro Bacigalupo e do anestesista Alexandre João Santir Júnior.
Cassoto disse que o próprio hospital realizou uma sindicância interna, mas que não apresentou nenhuma conclusão à família.
O diretor do Hospital Pompéia, Delcides Zucom, disse que o hospital não estava "capacitado tecnicamente" para tirar essas conclusões.
Zucom afirma que entrou em contato com o CRM, que teria pedido os prontuários médicos da paciente, para poder retomar a sindicância.
Com a morte de Marisa, houve atraso na entrega dos documentos. Isso só deve acontecer na próxima semana. A partir daí, os conselheiros do CRM vão decidir se há ou não necessidade de se abrir um processo.

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