São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 1994 |
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Denise Stoklos retorna com 'Mary Stuart'
ANA PAULA ALFANO
Onde: Teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313, tel. 284-9787) Quando: Hoje, às 22h Ingressos: Grátis. Retirar a partir das 14h A atriz Denise Stoklos volta aos palcos de São Paulo. Ela apresenta a sua versão de "Mary Stuart" às 22h, no Teatro Popular do Sesi, abrindo a temporada que deve iniciar em fevereiro na cidade. Desde a estréia em Nova York, há oito anos, no dia do quarto centenário da morte de Mary Stuart, a peça já percorreu 31 países e foi apresentada em sete idiomas: francês, alemão, inglês, russo, ucraniano, espanhol e português. Responsável também pela direção, Denise Stoklos interpreta os três personagens do espetáculo -Mary Stuart, rainha Elizabeth e ela própria. A peça parte da história da rainha da Escócia, presa e condenada à morte pela prima ilegítima, a rainha da Inglaterra, Elizabeth, filha bastarda de Henrique 8º. Mary Stuart, como sobrinha mais próxima do rei, tinha direito ao trono. As duas começam uma luta pelo poder. A montagem de Stoklos mostra esta luta e coloca o seu personagem como símbolo do povo brasileiro. "Mary tinha direito à coroa. Eu, brasileira, sou a que não tem direito a nada, a destronada. Elizabeth era uma perfeita estadista, o sucesso da praxis. Nós somos o contraponto disto. Em compensação, as três refletem sobre o poder, a possibilidade de ser feliz, a liberdade", conta a atriz. "Mary Stuart" faz parte do "Teatro Essencial"de Denise Stoklos. A atriz define este teatro como sendo sobre a natureza humana, sobre a essência do homem. Ela explora ao máximo o corpo e a voz e usa o mínimo de cenário e figurino. "Como em toda arte, só me preocupam dois temas -liberdade e amor", explica. A idéia da montagem de "Mary Stuart" em São Paulo surgiu depois de um prêmio que a peça ganhou no Festival de Edimburgh, no final de agosto. Entre 297 espetáculos, ela ficou entre os 15 premiados. A crítica internacional deu destaque à performance de Stoklos. O britânico "The Independent" escreveu que "só bobos irão perder a peça". "Depois do prestígio que eu consegui no exterior, quero que meu trabalho seja também conhecido aqui no Brasil. Não quero que as pessoas continuem pensando que eu sou apenas uma mímica", disse. Texto Anterior: Vida sempre leva ao desconhecido Próximo Texto: Mostra traz evolução da cadeira brasileira Índice |
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