São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 1994
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Importação por catálogo cresce 43%

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

A redução das alíquotas de importação pelo correio ajudou a girar a roda da fortuna para empresas que operam com catálogos e folhetos internacionais,
O faturamento das encomendas alcançou US$ 340 milhões em 1994, o que representa avanço de 43% em relação ao ano passado. Os dez milhões de pacotes correspondem ao dobro do período anterior.
Essas cifras, divulgadas pela Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd), vêm acompanhadas de um ranking no qual produtos eletrônicos –de aparelho de som a rádio-relógio– despontam como estrelas de venda.
Eletrodomésticos de diferentes portes (forno de microondas, liquidificador e torradeira) aparecem em segundo lugar na lista.
Segundo Sandra Camelier, diretora-executiva da Abemd, os consumidores estão sendo atraídos por preços que, em algumas linhas, chegam a ser 50% inferiores aos de similares nacionais.
"É tamanho o interesse que, em menos de uma semana, recebemos cinco mil consultas telefônicas de consumidores em busca de orientação sobre catálogos", conta Sandra.
Diante disso, fica fácil entender a reação da indústria nacional, que ameaçou reivindicar nos tribunais tratamento fiscal igualitário para os concorrentes estrangeiros.
Antes que o governo anunciasse a cobrança de ICMS e ICM, as projeções da Abemd para 1995 alcançavam crescimento de até 600%. Resta saber se agora essa roda da prosperidade continuará a girar.
Para o empresário José Cláudio Padilha, diretor da Albela, que editou 40 mil exemplares do catálogo francês La Redoute, a resposta é negativa.
Desde julho passado, a Albela vem recebendo 300 encomendas diárias de artigos de moda (na faixa média de US$ 140).
Preocupado com a taxação que pesará sobre o setor, Padilha afirma que o faturamento desse setor está sendo superestimado.
"O volume de mercadorias importadas através de catálogos alcançou US$ 20 milhões em 1994 e a estimativa para 95 é de US$ 100 milhões", diz.
O Credicard constata ter se registrado um aumento de 150 para quase 300 encomendas diárias. Mas Décio Burd, vice-presidente, diz que são mais representativas em volume as vendas de catálogos nacionais.
Essas cifras são, no entanto, café pequeno se comparadas aos US$ 2 bilhões gerados pelas televendas.

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