São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 1994 |
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Corte será nas despesas, diz secretário
MÔNICA IZAGUIRRE
Segundo ele, o novo Orçamento trará um ajuste baseado principalmente em corte de despesas. Giomi diz que FHC está disposto até a enfrentar algum desgaste político, mas que não abre mão de zerar o déficit de 95. Leia a seguir os principais trechos da entrevista de Giomi. Folha - O governo FHC vai esperar por reformas estruturais para ajustar o Orçamento? Waldemar Giomi - Acho que as reformas estruturais vão levar todo o ano de 1995, só se refletindo no Orçamento de 1996. Assim, por enquanto, não vejo outro caminho que não trabalhar no atual quadro constitucional. Folha - Até quando deve ser mandada nova proposta ao Congresso? Giomi - Até março. Podemos fazer o ajuste em duas etapas. O contingenciamento de verbas seria uma forma. Folha - O contingenciamento é para evitar que os ministérios comecem a gastar com projetos que poderão ser cortados? Giomi - Exatamente. Outra alternativa é alterar (por decreto) até 20% de cada dotacão, como permite a lei. Teremos uns 15 dias para vetar partes do Orçamento. Folha - Na nova proposta orçamentária, o que é possível fazer para ganhar receita? Giomi – A curto prazo, quase nada, a não ser um esforço para melhorar a arrecadação. Folha - Pode haver corte nas transferências voluntárias para Estados e municípios? Giomi – Pode. O valor talvez não seja muito significativo para o total do ajuste, pois as transferências voluntárias ficam em torno dos R$ 2 bilhões anuais. Mas para eliminar o déficit é preciso apertar todos os parafusos possíveis. Folha - Politicamente isso não seria complicado? Giomi - Não vamos abrir mão do ajuste fiscal. É prioridade do presidente eleito. Ele está disposto a sofrer até algum desgaste político para que o ajuste seja efetivado. Folha - No campo das reformas estruturais, o que é preciso? Giomi - O fundamental é resolver a questão da Previdência. As projeções indicam que em 96 as contribuições não serão mais suficientes para pagar os benefícios. Também é fundamental definir a divisão de atribuições entre União, Estados e municípios. Texto Anterior: Mínimo deve ser fixado em R$ 85 para janeiro Próximo Texto: Fiesp quer desindexação dos salários Índice |
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