São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 1994 |
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A preocupação ficou
JANIO DE FREITAS
Os telefonemas provariam a receptividade da equipe econômica de Fernando Henrique ao seu novo integrante, dando como infundadas as tantas previsões de choques futuros entre Planejamento e Fazenda. A verdade é que há apreensão na equipe, com base nos mesmos motivos das previsões de outros economistas e de jornalistas. A equipe ficou tolhida diante da explicação de Fernando Henrique, segundo a qual precisava nomear Serra para evitar um problema político. E assegurava que o conteria nos limites próprios do Planejamento. Não foi o suficiente para evitar a apreensão. Os esquecidos Há uma injustiça e um acobertamento absurdo, embora involuntário, no tratamento dado pelos meios de comunicação à anistia para os que usaram eleitoralmente a gráfica do Senado. O senador Humberto Lucena está carregando sozinho o ônus da anistia, quando muitos outros senadores e dois deputados, submetidos a processos idênticos ao de Lucena, serão igualmente beneficiados, se o projeto aprovado pelo Senado o for também pela Câmara. Alexandre Costa, Magno Bacelar, Antonio Mariz (eleito governador da Paraíba), Aluizio Bezerra, Carlos Patrocínio, Albano Franco (eleito governador de Sergipe), Marluce Pinto, Lourival Batista, Henrique Almeida, Jonas Pinheiro, Francisco Rollemberg, Gerson Camata, Nelson Carneiro e Raimundo Lyra são senadores denunciados na Justiça pelo mesmo crime eleitoral de Lucena. Ney Maranhão foi condenado, na semana passada, à proibição de disputar eleições por três anos. Os dois deputados são Roseana Sarney (eleita governadora do Maranhão) e Nelson Bornier. O então governador maranhense e agora senador eleito Edson Lobão fez uso da gráfica do Senado, assim como Roseana, por intermédio de Alexandre Costa. A maioria dos senadores denunciados pela Justiça Eleitoral votou o projeto da anistia em causa própria, entre eles os dois que se elegeram governadores. O único voto contra foi de Eduardo Suplicy. Deixar o ônus só com Lucena resulta em favorecimento aos demais. E alguns infringiram a Lei Eleitoral bem mais do que ele, caso, por exemplo, de Alexandre Costa. Caso raro A primeira notícia à altura do convite a Adib Jatene, dentre as que têm inundado páginas e páginas sobre a formação do ministério, foi a da possibilidade de José Israel Vargas permanecer como ministro da Ciência e Tecnologia. Culto, conhecedor extraordinário da sua área, trabalhador, e por isso mesmo discreto, José Israel Vargas quase não apareceu nos jornais e telejornais ao longo de todo o governo Itamar. Mas, se não houver unanimidade pela sua permanência, entre os que se ocupam de ciência e tecnologia, deve faltar muito pouco. Texto Anterior: Fiesp quer desindexação dos salários Próximo Texto: CEI provoca crise entre ministros Índice |
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