São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 1994
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Bolsa paulista registra volume recorde

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A Bolsa paulista bateu ontem o recorde histórico no seu volume de negócios, que atingiu R$ 3,767 bilhões, ou o equivalente a US$ 4,448 bilhões, por causa do vencimento do mercado de opções.
O recorde anterior ocorreu em 17 de outubro último (US$ 3,059 bilhões).
O índice da Bolsa paulista registrou uma alta de apenas 0,1%.
O mercado está se antecipando também ao compulsório sobre as operações de "box" (financiamento que envolve opções de compra e de venda). As instituições estão "revertendo" (ou seja, desfazendo as operações financeiras) de "box". O resultado ontem foi também o recorde histórico de exercício de opções de venda.
Geraldo José Carbone, vice-presidente do Banco de Boston, diz que o vencimento do mercado de opções ontem foi tranquilo e que espera para as próximas três semanas uma tendência de alta nas Bolsas. Segundo ele, as tesourarias dos bancos devem partir para um movimento de compra, antecipando-se a surpresas agradáveis com o programa de privatização do governo de Fernando Henrique Cardoso.
No mercado de renda fixa, o Banco Central realizou quatro intervenções, subindo a taxa do over de 4,90% ao mês no início da manhã para 5,15% ao mês no período da tarde.
Os bancos precisam fazer os recolhimentos compulsórios e quem demorou para "zerar" a posição financeira teve que se socorrer no Banco Central, que cobrou juros cada vez mais altos durante o dia.
O Banco Central realizou ontem leilão informal de venda da moeda-norte-americana no mercado flutuante para segurar as cotações no segmento do dólar no paralelo. As cotações do dólar comercial ficaram estáveis.
Charles Holland, presidente da Anefac, que reúne executivos de finanças, disse ontem que o governo está queimando as reservas internacionais com as importações de produtos supérfluos, como 400 mil veículos em 1995. Segundo ele, a abertura do comércio exterior deveria ser direcionada para a produção e para a geração de empregos no Brasil.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,110%. A taxa média do over foi de 4,94% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 4,97% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,4803%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 26% e 47,60% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 121 dias: 19% ao ano mais Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,28% ao mês.
Para 30 dias (capital de giro): entre 63% e 72% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,81% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 0,1%, fechando com 49.229 pontos e volume financeiro de R$ 3,767 bilhões. Rio: estável (I-Senn), fechando com 21.125 pontos e volume financeiro de R$ 1,50 bilhão.

Bolsas no exterior
Londres: o índice Financial Times fechou a 2.331,10 pontos, contra 2.315,10 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.270,85 pontos, contra 19.163,43 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,848 (compra) e R$ 0,849 (venda). Na última sexta-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,847 (compra) e R$ 0,849 (venda). "Black": R$ 0,855 (compra) e R$ 0,865 (venda). "Black" cabo: R$ 0,852 (compra) e R$ 0,857 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,58%, fechando a R$ 10,32 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5605, contra US$ 1,5627 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5736 marco alemão, contra US$ 1,5710 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,38 ienes, contra 100,31 no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 379,20, contra US$ 378,60 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro foi de 53.500 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,857; para janeiro a R$ 0,877; para fevereiro a R$ 0,892 e para março a R$ 0,899.
A expectativa de juros no mercado de DI era ontem de 3,72% para dezembro e de 3,13% para janeiro.

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