São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994 |
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Klein quer concessões à iniciativa privada
CARI RODRIGUES
Gaúcho, deputado federal eleito para o quarto mandato, cota do PMDB no governo Fernando Henrique, Klein assumirá o ministério com denúncias de superfaturamento no DNER (Departamento de Estradas e Rodagem). Contratos com as empreiteiras podem ter tabela com preços entre 40% e 900% acima do mercado. Vice-presidente da CPI do Orçamento e do Collorgate, Klein disse à Folha que pretende transformar corrupção comprovada no Ministério dos Transportes em caso de polícia. A seguir, os principais trechos da entrevista: Folha - O senhor tem alguma experiência na área? Odacir Klein - Eu fui presidente de banco sem nunca ter sido bancário, secretário da Agricultura sem nunca ter sido agricultor, não sou engenheiro-rodoviário mas conheço as questões do transporte. Em determinadas áreas é necessário apenas ter visão administrativa, espírito público e bom senso. Folha - Como o senhor pretende resolver as denúncias de superfaturamento? Klein - Eu vou continuar as investigações internas. Folha - Como será seu relacionamento com empreiteiras? Klein - Não sou preconceituoso com relação às empreiteiras. A fama de empreiteira é igual à dos políticos. Alguns são maus e corruptos, e o conjunto leva a culpa. Empreiteira não pratica corrupção se alguém da administração pública não estiver envolvido. Folha - Que procedimentos o senhor pretende tomar? Klein - Tomarei todos os cuidados para que as licitações sejam corretas. Quando constatar corrupção, encaminharei a questão da empreiteira à polícia e o funcionário envolvido eu demito. Folha - O senhor chegou a ser convidado para o Ministério da Agricultura? Klein - Eu não fui convidado e nem gostaria, porque tenho vínculos com o setor. Fui presidente da Federação de Trigo e Soja do Rio Grande do Sul. A minha administração poderia parecer corporativista. Nos transportes, eu não tenho vínculo com ninguém. Folha - Quais são as suas metas nos Transportes? Klein - Nesse setor, é necessário apenas oferecer condições aos usuários. Os recursos virão do Orçamento, de financiamentos externos e de concessões à iniciativa privada para que atue nas diversas áreas dos transportes, como cobrança de pedágio, por exemplo. Texto Anterior: Cícero quer vantagens para Estados do NE Próximo Texto: Havelange elogia FHC pela escolha de Pelé para ministro dos Esportes Índice |
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