São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994
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BC faz dez leilões para venda de dólar

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A liberação do mercado cambial do México provocou ontem tumulto no segmento financeiro do Brasil. Investidores estrangeiros começaram a repatriar capital, o que obrigou o Banco Central a realizar dez leilões de venda de dólar (seis no flutuante e quatro no comercial). O BC atuou para venda sempre com a cotação de R$ 0,860.
O mercado estimava ontem em US$ 1 bilhão o volume de venda de dólares pelo Banco Central.
Dados do BC mostravam que até o último dia 21 o saldo cambial acumulado (comercial e financeiro) em dezembro era negativo em US$ 197,85 milhões.
O índice da Bolsa paulista caiu ontem 6,09%, acumulando uma queda de 14% nos últimos três pregões. No dia anterior, já havia caído 6,33%, o que significou a maior baixa desde 5 de setembro (10,49%), por causa da saída do ex-ministro Ricupero.
Ontem, o indicador da Bolsa paulista chegou a declinar 11,3%. O volume de negócios foi de R$ 715,9 milhões, o maior desde 1º de novembro (R$ 763 milhões), excluindo-se o vencimento do mercado de opções no dia 19 último (R$ 3,7 bilhões).
As Bolsas de Valores foram sacudidas também por boatos de quebras de corretoras e por problemas de transferência da custódia de ações de um banco estrangeiro para o Rio de Janeiro. O banco desmentiu o boato informando que passou a operar também no Rio sem deixar a Bolsa paulista.
Ontem, o Banco Central interveio também no mercado de renda fixa com a taxa do over a 4,83% ao mês. Falta dinheiro no mercado financeiro, por causa dos compulsórios e os juros dos CDBs e do over subiram.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, ontem, em média, 0,114%. As taxas variaram entre 4,85% e 4,96% ao mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas variaram entre 4,99% e 5,05% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,5811%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 24% e 45,9% ao ano para 32 dias. CDBs pós-fixados de 151 dias: 19% ao ano mais Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: as taxas variaram entre 5,10% e 5,80% ao mês. Para 32 dias (capital de giro): entre 61% e 70% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,50% ao ano. Libor: 6,75% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 6,09%, fechando com 42.212 pontos e volume financeiro de R$ 715,90 milhões, contra R$ 364,3 milhões no dia anterior. Rio: queda de 4,9% (I-Senn), fechando com 18.450 pontos e volume financeiro de R$ 394,02 milhões, contra R$ 30,89 milhões no dia anterior..

Bolsas no exterior
Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 19.633,53 pontos, contra 19.340,67 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,858 (compra) e R$ 0,860 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,851 (compra) e R$ 0,853 (venda). "Black": R$ 0,870 (compra) e R$ 0,880 (venda). "Black" cabo: R$ 0,865 (compra) e R$ 0,870 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,835 (compra) e R$ 0,865 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,57%, fechando a R$ 10,56 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a UPI, em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,5455, contra US$ 1,5597 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5810 marco alemão, contra US$ 1,5725 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,51 ienes, contra 100,22 no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 381,00, contra US$ 381,60 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro foi de 43.600 pontos.
No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para dezembro fechou a R$ 0,865; para janeiro a R$ 0,888; para fevereiro a R$ 0,902 e para março a R$ 0,913.
A expectativa de juros no mercado de DI era ontem de 3,80% para dezembro e de 3,31% para janeiro.

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