São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994
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Defasagem cambial traz crise

ANDRÉ LAHÓZ
DA REDAÇÃO

A crise mexicana mostra a dificuldade da consolidação da estabilização com ancoragem cambial.
O México acumulou desde 1985 defasagem cambial da ordem da 50%. Isso gera sucessivos déficits na balança comercial, hoje da ordem de US$ 20 bilhões ao ano.
O governo diz ter reservas acima de US$ 10, mas há quem acredite serem de US$ 7 bilhões.
Essa situação se sustenta através de um diferencial de juros, que faz com que investidores externos levem dólares ao México, com os impactos negativos que juros altos têm sobre atividade.
Essa situação é agravada pelo problema políticos relacionados à guerrilha no estado do Chiapas.
O governo tentou resolver o problema do câmbio ampliando a banda de variação do peso em relação ao dólar.
Mas o mercado não reagiu bem. Muitos investidores quiseram sair do país, vendendo pesos, e o Banco Central não conseguiu fazer face a esses compradores.
Os impactos negativos dessa variação sobre o pacto social são evidentes. Se um preço tão importante está variando, porque não variarão os demais?
O México está recebendo US$ 7 bilhões dos EUA e Canadá para segurar o preço da moeda. Há também um compromisso da sociedade de não elevar preços nos próximos 60 dias. São medidas paliativas com um poder limitado de resolver os problemas do país.

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