São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994
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Governo estuda poupança habitacional

ALBERTO FERNANDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo está estudando a criação de uma nova modalidade de poupança, vinculada a habitação, com prazo e rendimento maiores.
A medida teria como finalidade reativar os financiamentos de casas para a classe média.
A nova poupança deverá ser anunciada somente em janeiro. Os técnicos do governo consideram que não existe mais tempo para novas medidas ainda este ano. Os estudos estão sendo conduzidos pelo Banco Central.
A CEF (Caixa Econômica Federal) já está preparando um projeto de lançamento da poupança vinculada. Essa modalidade já foi oferecida pela CEF, até ser extinta pelo governo. Os técnicos da CEF são favoráveis à volta da aplicação.
A criação da nova poupança visa solucionar o colapso a que chegou o SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que não consegue financiar casas novas desde 1990, quando o Plano Collor confiscou recursos da poupança.
Desde então, o SFH não se recuperou, principalmente porque empresta dinheiro por vários anos, mas consegue recursos da poupança com prazo de apenas 30 dias.
A criação de uma caderneta de poupança de longo prazo era um desejo antigo da equipe econômica. Mas isso era impossível enquanto a inflação estava alta, pois os aplicadores procuravam rendimento a curto prazo.
A modalidade antiga de poupança deverá continuar a existir, com prazo e rendimento menores. Isso está sendo considerado necessário para manter baixos os juros dos contratos atuais, que são financiados por essa aplicação.
Mas esta poupança deixará de ser corrigida pela TR, que será extinta no próximo ano.
O governo estuda duas alternativas para substituir a TR. A primeira é a liberação da remuneração. Cada banco poderia oferecer o rendimento que quisesse para a poupança. A instituição com melhor taxa atrairia mais poupadores.
Outra alternativa é criar uma taxa unificada, calculada sobre uma média dos juros de mercado. Essa taxa poderia considerar os juros líquidos, já após a tributação, compensando a vantagem da poupança, que não é tributada.

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