São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dinho's oferece mais que suas grelhas

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nas festas de fim de ano, boa parte dos restaurantes da cidade fecha. Entre os abertos, muitos requerem reservas para as ceias. Abertos normalmente são poucos. Entre eles, aqueles mais tradicionais e informais. É o caso do Dinho's Place, que abre todos os dias, faça Ano Novo ou faça Natal, e não fecha à tarde. Uma refeição às 17h, depois da ressaca do Natal, é perfeitamente plausível ali.
Mesmo sem cara de velho, o Dinho's é realmente dos mais tradicionais da cidade. Está plantado na alameda Santos desde 1960. O proprietário, sempre o mesmo, é Fuad Zegaib, 62 anos, aliás conhecido como Dinho (e que antes desta teve outras casas –como o Longchamp da rua Augusta).
Em sua inauguração, poucas eram as churrascarias que fugiam ao talhe folclórico, com garçons vestidos de gaúchos, sapateados e rodízios. Ali no Paraíso, nenhuma –as concorrentes mais velhas eram o Rodeio, lá embaixo nos Jardins, e a Baby Beef Rubayat, no centro.
Para a gastronomia paulistana, o Dinho's é mais do que apenas outra churrascaria. Sua longevidade e suas filas o comprovam. A casa fundou sua história numa série de iniciativas bem-sucedidas. Começou pelo seu serviço –garçons vestidos de branco, não de bombachas, toalhas de linho branco, não de pano xadrez. No lugar do rodízio, serviço à la carte. Depois, esteve entre os pioneiros de cortes como a picanha e o bife de tira –um corte da picanha que é sua marca registrada. Além de ter instituído uma central de carnes onde matura seus próprios cortes, trazidos da Argentina (do gado Aberdeen Angus) ou de fornecedores nacionais, garantindo carnes tenras e saborosas.
Também de sua lavra foi o hábito, hoje já mais disseminado, de propor no almoço bufês temáticos, onde a fartura dos pratos é paga a preço fixo. Às terças-feiras, um grande cozido com vários cortes de carnes de boi (da costela ao alcatra) e porco (inclusive zampone e codechino), acompanhados de purês de mandioquinha e batata (o cardápio promete também mostarda de Cremona e raiz forte, o que nem sempre está disponível).
Às quartas e sábados, uma excelente feijoada, com bistecas e linguiças grelhadas (e não fritas, como de hábito). Quintas e domingos, bufê de grelhados, que inclui perdiz e vitela. E sextas-feiras, o bufê de frutos-do-mar, que vai da ampla gama de sushis e sashimis às lagostas cozidas e ao bobó de camarão. Uma churrascaria, portanto, que vai além da grelha.

Texto Anterior: Oficina mostra 'A(u)to Eró(t)ico de Natal' ;Santinho
Próximo Texto: O SALMÃO; E OUTROS SERES MARINHOS; CERVEJA
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.