São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 1994
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Natal sem Fome; Resposta a Weffort; Controle do sangue; Liberais xiitas; Compromissos de FHC; Fleury fora; Tortura minimizada; Ninguém vira escritor; O lugar da fiel; Pedro Collor; Episódios fortuitos; Blasfêmia

Erramos: 25/12/94

Ilustração desta seção grafou incorretamente o nome Iacocca (saiu comY) do empresário Lee Iacocca.
Natal sem Fome
"Nossos cumprimentos à Folha e às empresas que estão patrocinando a campanha Natal sem Fome. Iniciativas como essa engrandecem a luta pela cidadania."
Emerson Kapaz, 1º coordenador-geral, e Paulo Anthero Barbosa, 2º coordenador-geral, do Pensamento Nacional das Bases Empresariais –PNBE (São Paulo, SP)

Resposta a Weffort
"Somos muito gratos ao respeitabilíssimo jornalista Janio de Freitas por haver dado ao futuro ministro da Cultura a resposta que este bem fez por merecer."
Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Controle do sangue
"Parabenizo a Folha e Gilberto Dimenstein pela reportagem publicada em 17/12. Em 1992, fui convidado pelo então secretário de Saúde de São Paulo a participar como membro da comissão de averiguação dos procedimentos hematológicos e hemoterápicos no Estado. Nessa comissão tive a oportunidade de ouvir alguns responsáveis por serviços que realizavam transfusão de sangue. Desde essa época acompanho o esforço do professor Dalton Chamone para implantar a realização de teste sorológico para detectar a contaminação pelo vírus HTLV 1. Fiquei impressionado com a postura de muitos colegas que consideraram absolutamente desnecessária e extremamente dispendiosa a realização desse teste. A ciência vem sempre antes da lei, e os profissionais e suas instituições, conhecedores dos riscos, têm a obrigação de realizar e implantar os testes. Ressalto que EUA e França realizam rotineiramente esse teste nos doadores."
Roberto Abi Rached, ex-membro da Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Liberais xiitas
"Felicito Otavio Frias Filho pelo artigo sobre os liberais xiitas (8/12). Assim como a 'revolução' já foi o carnaval das esquerdas, hoje o 'mercado' é o carnaval dos novos liberais. Ambos terão sua quarta-feira de cinzas."
Paulo D. Ramos (Lages, SC)

Compromissos de FHC
"A resposta que faltava ao maior compromisso de FHC, geração de empregos, combate à fome, saúde, educação, chama-se Herbert de Souza. Identificado com a Comunidade Solidária, tem lutado contra os 100 milhões de hectares intocados para os 35 milhões de indigentes e resgataria o distanciamento de FHC de suas promessas."
Ernani Miura (Porto Alegre, RS)

"O Plano Real tem e sempre teve o objetivo de acabar com a inflação, jamais Fernando Henrique dará atenção à área social enquanto existir o fantasma da inflação. A escolha dos ministros é a opção pela estabilidade."
Renato M. Lopes (Pirapozinho, SP)

"Não vou com a cara de FHC por causa do seu farisaísmo delirante, isto sem falar de sua arrogância, de sua prepotência. Já nos idos de 88, quando da Constituinte, minha bronca contra a ridícula figura subiu demais. Além de outras razões, por esta: declaração do cavaleiro da triste figura sobre o que seria a Carta a ser promulgada: 'A Constituição será o que quisermos (o PMDB) que seja'. E deu no que deu."
Carlito Maia (São Paulo, SP)

Fleury fora
"FHC escalou o seu ministério e cometeu, no mínimo, uma injustiça: não convidar Fleury, que, aliás, queria tanto ser ministro... A gestão dele no governo do Estado de São Paulo foi fértil em atos e fatos que o credenciavam a ser o titular de várias pastas: pancadaria nos professores (ministro da Educação e Cultura); massacre na Casa de Detenção (Justiça); Baneser e funcionários-fantasmas (Bem-Estar Social); rombo bilionário no Banespa (Fazenda); Projeto Tietê, cada vez mais poluído (Meio Ambiente)."
Hélio Selles Ribeiro (Guaratinguetá, SP)

Tortura minimizada
"Absurda a manchete do dia 19/11, 'Exército pede ajuda à Igreja'. No corpo da matéria, o que havia de mais grave era a transformação de uma igreja no morro do Boréu em centro de tortura apontando algumas evidências que, no mínimo, teriam que ser checadas. A tortura e a iniquidade ficaram minimizadas debaixo de manchete tão cândida. No entanto, na pág. 10 da mesma Folha a história é contada direitinho. Mas e a sequência: quem torturou? Houve punição?"
Helena Greco, coordenadora da Coordenadoria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de Belo Horizonte (Belo Horizonte, MG)

Ninguém vira escritor
"O mercado editorial brasileiro está sendo vítima de uma inversão de valores. Cada vez menos os escritores têm oportunidades nas editoras. E seus lugares estão sendo ocupados pelos que não são escritores. E, via de regra, nem mesmo leitores contumazes. E, para essas pessoas, o mercado editorial está aberto. Depois que Lee Iacocca, Akio Morita e Lech Walesa lançaram 'autobiografias' por outrem escritas e, mais recentemente, depois das biografias autorizadas de membros da monarquia inglesa, também os brasileiros se viram na condição de, qualquer um, virar escritor. E o defeito no olhar dos leitores e dos editores está neste ponto: ninguém vira escritor."
Waldir de Pinho Veloso (Montes Claros, MG)

O lugar da fiel
"É fácil para mim visualizar o sr. Matinas Suzuki Jr. como um brilhante profissional e merecedor da posição que ocupa. Porém me parece um pouco de pretensão que este venha, às vésperas da final (ou das finais) do Campeonato Brasileiro, ocupar uma coluna de destaque para falar de um assunto que ele absolutamente desconhece: o futebol. Isso fica claro na afirmação de que 'a fiel conseguiu preservar seu lugar tradicional, junto à entrada do portão principal'. O equívoco se encontra no fato de não só a torcida organizada 'Gaviões da Fiel' como toda a maioria de torcedores corintianos não se postarem lá, mas sim mais adiante, em frente das cabines de TV."
Camilo Vidal Semedo (São Paulo, SP)

Pedro Collor
"Pedro Collor, que prestou um grande serviço à nação, recebeu uma pequena homenagem por ocasião de sua morte. Ou o povo brasileiro é ingrato ou tem memória muito curta."
Marcos Moreno (Varginha, MG)

Episódios fortuitos
"Em um país cheio de desencontros e incertezas como o Brasil, episódios meramente fortuitos marcam sua história como que movimentando-a ao sabor dos ventos. Em agosto de 54, um atentado político em que houve um erro de operação contribuiu para o suicídio do presidente Vargas. Em agosto de 61, uma carta-renúncia, que foi mal interpretada, prenunciou a saída do presidente Jânio Quadros antes de completar o primeiro ano de mandato, sucedendo-se a isso 20 anos de regime militar. Tivesse o sr. Pedro Collor falecido antes de denunciar o esquema PC, estaríamos diante de alguns cenários possíveis: Collor não seria deposto, logo Itamar não assumiria, não teria havido Plano Real e Fernando Henrique continuaria a ser somente senador, Lula venceria a corrida presidencial e Ciro Gomes falaria menos."
Oswaldo Luiz Donatelli (São Paulo, SP)

Blasfêmia
"Vi e fiquei escandalizado com o anúncio sobre o Natal do Shopping Rio-Sul, no Rio de Janeiro, veiculado pela televisão, no qual textos tradicionais de todos os cristãos –'dai de comer a quem tem fome' e 'dai de beber a quem tem sede'– são utilizados de forma extremamente distorcida."
Gustavo Meyer (Rio de Janeiro, RJ)

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