São Paulo, sábado, 24 de dezembro de 1994
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Governo pode subir para 14% taxa de importação de fibras sintéticas

ROBERTO MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo admite aumentar as alíquotas de importação de fibras sintéticas dos atuais 2% para 14%.
Esta é uma reivindicação dos produtores brasileiros de fibras. O produto é matéria-prima da indústria têxtil.
O assessor do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, convocou uma reunião para a segunda quinzena de janeiro com toda a cadeia têxtil para discutir a questão.
Dallari, que se reuniu ontem em São Paulo com os produtores de fibras, confirmou que ocupará uma secretaria ligada ao Ministério da Fazenda, especialmente criada para o controle de preços e abastecimento.
No início da semana que vem, em uma reunião com o futuro ministro da Fazenda, Pedro Malan, ele vai acertar detalhes da futura secretaria, que cuidará também de direito econômico.
Jean Luis Bourdon, presidente da Associação Brasileira de Fibras Artificiais e Sintéticas, diz que houve aumentos de custos, principalmente com mão-de-obra e matéria-prima.
Desde julho, disse, a matéria-prima produzida no país aumentou de 15% a 40%. "Como esse tipo de produto está em falta no mercado internacional, não podemos importar."
Segundo Bourdon, o setor está prejudicado porque a redução das alíquotas fez com que as tecelagens tenham a opção de importar a fibra sintética, enquanto que os produtores de fibra são obrigados a comprar matéria-prima nacional.
Embora a matéria-prima tenha aumentado até 40% desde julho, nossos preços, em média, aumentaram apenas 7% de março a novembro, afirmou.
Dallari se reuniu com os fabricantes de autopeças e com representantes das montadoras de máquinas agrícolas automotrizes.
O setor de autopeças alega que o aumento dos seus custos terá que ser repassado ao preço final dos produtos. As montadoras resistem.
Dallari afirmou que não admite reajustes de preços. Nova reunião foi marcada para fevereiro.

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