São Paulo, sábado, 24 de dezembro de 1994
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Escritor conta como trabalha

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sheldon diz que chega a escrever dez horas por dia, sete dias da semana. "Começo às 9h e paro às 18h, como num escritório. Mas o escritório é na minha casa, então às vezes acordo de madrugada com uma idéia, às 2h ou 3h, e vou escrever. No dia seguinte, acordo no mesmo horário, às 9h."
Produz até 50 páginas por dia, mas só publica um livro por ano ou a cada dois. "Às vezes passo um ano apenas reescrevendo o livro, me policiando a cada vez que o refaço. O objetivo é melhorar ao máximo, de modo que a leitura seja a mais fluente possível."
Diz que poderia escrever dois ou três livros por ano, se quisesse, mas prefere assim "para não desapontar o leitor". E, com esse ritmo, não sobra tempo para ler: só lê outros escritores nas férias.
Sobre a construção de seus livros, Sheldon diz que não os planeja antes. Classifica-se como criador de personagens e acha que "há drama" em todos seus livros.
"Quando me sento para escrever um romance, não tenho uma idéia, não tenho um enredo: só tenho um personagem." Em geral, não baseado em pessoas reais.
Conta que a revista "Time" disse uma vez que ele tem tanto poder que basta dizer três palavras ao editor e ele assina o contrato.
"Quando eu ia escrever 'A Ira dos Anjos', por exemplo, falei ao editor: é sobre uma mulher, advogada penal. Três palavras. Mas isso não é questão de poder: é tudo que eu sabia sobre o livro." (DP)

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