São Paulo, domingo, 25 de dezembro de 1994
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Ritmo, poesia e mangue

O jazz rap varreu as pistas do mundo; o mangue-beat do pernambucano Chico Science chegou a São Paulo; e o rap da periferia rendeu os mauricinhos
Nacional e popular
Regionalismo com um pé no mundo: é essa a base do movimento mangue beat, liderado por Chico Science (acima), 28, e sua banda Mundo Livre S.A.. Com disco lançado pela Sony, clipe na MTV e no "Fantástico", música em novela da Globo e shows no eixo Rio-São Paulo, o ex-funcionário público do Recife abriu caminho para outros ritmos, como forrock e baião hardcore. Seus conterrâneos Raimundos também ganharam São Paulo com seu funk-metal-nordestino.
Pela ordem
O grupo de rap paulistano Racionais MC's (à dir.) ganhou os mauricinhos e as FMs com suas letras cruas sobre a vida na periferia. Vendeu 400 mil CDs. Há um mês, ao cantar pela enésima vez o verso "Não confio na polícia/ raça do caralho", da música "O Homem na Estrada", em São Paulo, o quarteto foi preso por "incitar o crime e a violência". Solto, continua um sucesso.
Peito aberto
Gal Costa (à esq.) fez 49 anos, perdeu 12 quilos e mostrou os seios no show "O Sorriso do Gato de Alice", que estreou em 3 de março no Rio. O gesto pontuava "Brasil", de Cazuza. Causou um surto moralista no público, que vaiou o diretor Gerald Thomas. Em São Paulo, teve uma recepção mais "cool".
Mistura explosiva
O jazz rap (ou acid jazz) foi o fenômeno internacional do ano. Lançado pelo selo de jazz Blue Note, o primeiro disco do grupo inglês Us3, calcado no estilo, vendeu um milhão de cópias nos EUA. Em outubro, o grupo esteve no Free Jazz brasileiro ao lado de dois outros nomes do gênero, Guru e Digable Planets.

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