São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 1994
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Marchador faz média de R$ 9 mil no "2000"

SEBASTIÃO NASCIMENTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fechando a temporada de 94, o 4º Leilão 2000 de Mangalarga Marchador, realizado dia 19 último, em São Paulo, mostrou a receptividade do mercado por cavalos de boa qualidade.
O pregão vendeu 39 animais por R$ 350 mil e obteve média de R$ 8.966 (US$ 10,5 mil).
A égua Gretchen do Farol, apresentada pelo criador Júlio Cesar Moregola, conseguiu a maior cotação da noite, R$ 48 mil.
Ela foi arrematada por João Alberto Correia.
Outro bom preço foi pago pela égua Harmonia HB, de propriedade de Carlos e Bilú Vilela de Andrade, do haras São Carlos, de São José dos Campos (SP). Ela foi comprada por Sergio de La Crossi por R$ 28,8 mil.
O casal saiu da churrascaria Bull's Grill, local do leilão, como o principal vendedor.
Eles faturaram R$ 105,7 mil em negócios com seus cavalos.
Promotores do evento, Carlos e Bilú Vilela venderam ainda uma potranca de dez meses, Liberdade de São Carlos, por R$ 18 mil.
Liberdade é filha do garanhão Malibu da Santa Terezinha com a égua Harmonia HB.
Foram também vendidos cavalos dos haras Serena e Nova Geração, ambos paulistas, e de outros convidados.
Os negócios foram efetuados em seis parcelas sem juros ou correção.

Mercado paulista
A queda da inflação, a partir da introdução do Plano Real, não aqueceu as vendas de cavalo mangalarga marchador, cujo mercado se comportou como em anos anteriores.
Boas médias nos leilões de elite e preços altos para cavalos de boa qualidade.
Animais entre US$ 10 mil e US$ 15 mil tiveram boa demanda.
O mercado de média e baixa qualidade, porém, foi marcado pela instabilidade.
"Esperávamos uma reação positiva nos vários segmentos do mercado, mas isto não aconteceu", diz José Ailton Púpio, da Púpio Leilões, responsável pelos principais leilões da raça em São Paulo.
Segundo ele, somente o setor mais elitizado conseguiu manter suas médias no mesmo patamar do ano passado".
"No Brasil, a criação de cavalos ainda tem muito de hobby, o que dificulta os negócios", ele explica.
Ele não nega, porém, que um grande número de criadores transformou seu haras num negócio lucrativo.
Boas perspectivas
José Ailton Púpio acredita numa mudança positiva no mercado de leilões no próximo ano.
"Se o Plano Real der certo, os investimentos em cavalos retornam. Sempre foi assim", afirma o leiloeiro.
"Na verdade, a partir de outubro, a reativação já teve início", diz Carlos Vilela, promotor do leilão 2000.
Ele acredita que naquele mês foi encerrada a fase de adaptação do criador de cavalo às novas regras da economia.
E a recuperação, segundo Vilela, deverá se consolidar a partir de março de 95, data em que os leilões são reiniciados.
O principal leilão de mangalarga marchador em 94 foi o Laglória, promovido pelo criador mineiro Lael Varela.
Realizado no dia 18 de junho, o Laglória vendeu 36 animais por R$ 668,2 mil, com média de R$ 18,5 mil (US$ 19,5 mil).
Este leilão costuma ser sempre o top do mangalarga marchador, uma raça nascida na região sul de Minas Gerais.

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