São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 1994
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Para sindicalistas, abono é insuficiente

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT pretende participar hoje de reunião com o presidente da República, Itamar Franco, para pressionar no sentido de aumentar o salário mínimo de R$ 70 para mais de R$ 117 e repassar o aumento também aos aposentados.
A decisão foi tomada ontem em reunião com dirigentes da entidade, segundo o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. "Um abono de R$ 15 excluindo os aposentados, como está sendo aventado, seria um desrespeito à nação", afirmou.
"Com o dinheiro que será gasto na festa de posse do presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, daria para pagar aumento para muito aposentado", argumentou Vicentinho.
"Os políticos querem elevar o salário do presidente da República e dos deputados. Só na hora de aumentar o mínimo e os benefícios dos aposentados é que alegam falta de recursos do governo federal", protestou.
Vicentinho afirmou que o presidente-licenciado da Confederação Geral dos Trabalhadores, Canindé Pegado, também deverá participar do encontro com Itamar hoje.
Já a Força Sindical, em recesso desde a última sexta-feira, não deve comparecer, segundo Lúcio Bellentani, da direção executiva e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da central.
Bellentani disse considerar um abono de R$ 15 "ridículo" e que nem perderia tempo para discutir uma proposta dessas.
"O governo fala em descontar aumentos ou abonos ao salário mínimo em março, o que é uma estupidez. Isso não resolve o problema de ninguém", disse Bellentani.
Ele disse que até as 15h30 de ontem não havia recebido convocação para a reunião mas só se disporia a discutir um aumento no salário mínimo se não houver desconto futuro.
Petroleiros
Vicentinho afirmou que pretende ainda colocar outros itens na pauta do encontro com o presidente Itamar hoje.
Ele disse que a direção da Petrobrás ainda não está cumprindo todos os itens do acordo com os petroleiros, o que coloca a possibilidade de uma nova paralisação na categoria. "Isso seria um desastre", afirmou Vicentinho.
A CUT pretende ainda pedir ao presidente Itamar a readmissão de demitidos injustamente durante o governo Collor e a sanção da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que dificulta demissões.

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