São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 1994 |
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Shopping agora troca mais do que vende
SÉRGIO MALBERGIER
"Presente de tio nunca dá certo", diz o estudante Sidney Zanasi, 22. Ele foi com a irmã, Juliane, 13, e a namorada, Paula Barros, 19, à loja Benneton do shopping Center Norte. Os irmãos foram trocar camisetas dadas pelo tio e gostaram do programa. "Como estamos de férias e não temos nada para fazer, até que é bom vir aqui para passear", diz Sidney. Para a gerente da Benneton, Luciane Regina Silva, o grande número de trocas se deve em boa parte aos clientes "atrasados", que deixam para comprar os presentes na última hora e acabam levando "qualquer coisa". Já o casal de namorados Ana Cristina Ribeiro, 20, e Marcelo foram trocar juntos na Triton os presentes dados um ao outro. A miniblusa que ele deu para ela ficou pequena e a calça que ela deu para ele ficou apertada. Ana Cristina enfrenta um problema comum dos trocadores desta época: a falta de estoque das lojas. Ela não encontrou a blusa branca tamanho maior que procurava. Por isso, gerentes e vendedores recomendam que as trocas sejam feitas na segunda semana de janeiro, com os estoques já refeitos. Outra presenteada que não conseguiu trocar seu presente na Triton foi Márcia (nome falso). Casada, ela ganhou um macacão que não gostou do amante e vai acabar ficando com ele ou jogando fora a mercadoria, para o marido não desconfiar. Na loja de calçados esportivos Tennis World, logo ao abrir, às 10h, dez pessoas já faziam fila para trocar seus tênis. O gerente Roberto Valk calcula em cerca de 60 as trocas realizadas ontem, número dez vezes maior que o normal. A recomendação aos vendedores é tratar bem os trocadores, para eles voltarem outro dia ou comprarem mais mercadorias. "Na hora da troca é que se conquista o cliente", diz Valk. A estratégia é seguida na maioria das lojas. Texto Anterior: Leitor reclama de restaurante Próximo Texto: SP tem só 40% da frota Índice |
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