São Paulo, terça-feira, 27 de dezembro de 1994
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Peso volta a se desvalorizar

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O peso mexicano caiu novamente ontem em relação ao dólar. A moeda foi cotada a 5,10 pesos para compra e 5,25 para venda nas principais casas de câmbio. Na sexta-feira, havia sido cotada a 4,00 e 5,10 pesos, respectivamente.
A queda não é maior porque foi feriado nos Estados Unidos. Alguns analistas atribuem a nova queda a um movimento especulativo.
Os trabalhadores mexicanos já sentem os efeitos da desvalorização do peso frente ao dólar e da decisão do governo de deixar livre a paridade da moeda.
A remuneração mínima, que era de US$ 12 por oito horas, caiu para US$ 8,43 –menos 30%–, situando-se entre as mais baratas do mundo.
O custo da mão-de-obra no México é de aproximadamente US$ 1,05 por hora, similar ao da China e de três a quatro vezes inferior ao da Coreia, Tailândia, Hong Kong e Brasil.
Nos EUA, principal parceiro comercial do México, o custo por hora é de US$ 17.
Os efeitos negativos da desvalorização do peso encolheram o valor do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano que, segundo informações do governo, fecharia 94 com US$ 356 bilhões e agora deve alcançar apenas US$ 250 bilhões.
Informes não oficiais indicam que o México está diante de uma eminente moratória de pagamentos, consequência da redução das reservas internacionais do Banco do México, que de US$ 30 bilhões registrados no início de 94, somam hoje menos de US$ 10 bilhões.
Analistas dizem que as divisas são insuficientes para atender às necessidades mais imediatas requeridas pelo conceito de importações e para cobrir serviços e débitos externos.
Por sua vez, os empresários mexicanos pediram ao presidente Zedillo para usar os recursos das reservas nacionais para reativar a economia. Do contrário, poderá haver uma quebradeira geral de empresas, alegam.

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